A CCR (CCRO3) anunciou, após o fechamento do mercado da última quinta-feira (18), que assinou um acordo coletivo com o governo de São Paulo para reaver as perdas nos pedágios do estado.
No dia 30 de junho, o governo paulista decidiu não aplicar reajustes nos preços dos pedágios do estado em 2022 como forma de mitigar o efeito da inflação sobre os consumidores. O reajuste para os pedágios nas concessões da CCR deveria ser de 11,7%.
Agora, a celebração do TAM Coletivo (Termo Aditivo e Modificativo Coletivo) reconhece o desequilíbrio econômico-financeiro gerado pela falta de reajuste, que prejudica a receita bruta da companhia desde então. A recomposição dos valores será realizada pelo próprio poder público até o dia 16 de dezembro.
O que achamos
A notícia é positiva e vem à tona em meio à aceleração dos negócios da empresa. Após o período de estradas vazias durante a pandemia, a CCR tem observado a ascensão da demanda reprimida residual, com a reabertura total da economia e liberação da mobilidade.
No primeiro semestre deste ano, a companhia teve uma receita líquida de R$ 11,44 bilhões, cerca de 10% maior do que todo 2019, ano imediatamente anterior à chegada da Covid-19 ao país.
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O recebimento das verbas governamentais deve trazer um alívio às contas da empresa, sobretudo em função das despesas financeiras. No segundo trimestre deste ano, essa linha cresceu 201,1% em 12 meses, para R$ 1,51 bilhão.
Além disso, o aferimento da receita em função do recebimento dos recursos, mesmo que de forma não recorrente, deve melhorar a rentabilidade da companhia. A margem líquida da empresa na primeira metade do ano está na casa dos 8%, sendo que fechou 2019 em acima de 14%.
Como a ação da CCR deve reagir
As ações da CCR podem ter um dia positivo em função do acordo coletivo, que demonstra uma compensação em relação à perda operacional com o não reajuste dos pedágios. No entanto, o mercado global opera em clima negativo, o que pode ofuscar a influência positiva da notícia sobre o ressarcimento.
A CCR não deu informações adicionais acerca dos valores a serem recebidos ao longo dos próximos quatro meses.