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BTG Pactual (BPAC11): crescimento com rentabilidade andam juntos e batem concorrência

Apesar do comportamento volátil do mercado nas últimas semanas, o BTG Pactual mostrou que seus fundamentos mantêm-se sólidos

Foto: Divulgação

Um caso de growth, negociando a múltiplos de valor. Não que necessariamente ambos os temas sejam desconexos, mas o parâmetro se encaixa ao BTG Pactual (BPAC11), que divulgou seu balanço do terceiro trimestre de 2021 na manhã desta terça-feira (9). 

Apesar do comportamento volátil do mercado nas últimas semanas, o BTG Pactual mostrou que seus fundamentos se mantêm sólidos – ainda mais se comparados ao da concorrente direta XP (XPBR31). 

O lucro líquido ajustado cresceu 4,76% entre o segundo e terceiro trimestres deste ano, ao passar de R$ 1,71 bilhão para R$ 1,79 bilhão. 

No período, entre o fim de junho e de setembro, o mercado derreteu: o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, caiu 12% e os juros futuros dispararam, aumentando o custo de capital das empresas – o que poderia representar momentos de estresse para qualquer outra empresa que respira o mercado de capitais. 

Na comparação anualizada, o lucro foi ainda mais destacado. Em 12 meses, a alta foi de quase 77%. 

A receita total, por sua vez, cresceu 2% na base trimestral, para R$ 3,84 bilhões. Em um ano, o faturamento disparou 55%. 

A derrocada do mercado que não afetou o IB

Este ano começou promissor para o mercado de capitais no Brasil. Logo nos primeiros meses, os agentes do mercado notaram que 2021 seria um período mais fértil para a Bolsa do que 2020 – como de fato foi. Contudo, os últimos 60 dias não foram animadores.

A última oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) realizada na B3 ocorreu em 10 de agosto, com a abertura de capital da Oncoclínicas (ONCO3). No começo de setembro, a Vittia Fertilizantes (VITT3) chegou ao mercado após uma oferta restrita, e Getnet (GETT11) e Wilson Sons (PORT3) foram listadas após reorganizações societárias.

Nesta área, dinheiro novo, de fato, quase não chegou. Mas isso não foi problema para o BTG.

No terceiro trimestre, a receita da área de investment banking, serviço especializado em operações estruturadas no mercado financeiro, disparou 81% em comparação ao mesmo período do ano passado, para R$ 727 milhões. 

Foram 19 operações relacionadas a negócios de fusões e aquisições, que movimentaram R$ 10,63 bilhões. O número de operações em relação ao segundo trimestre foi quase o mesmo (19 contra 18), mas o montante movimentado foi 34,2% maior.

O equity underwriting, que faz parte do processo de emissão de ações e ofertas subsequentes, por exemplo, ficou estável na margem. Foram 19 operações, contra o mesmo número do terceiro trimestre de 2020 e 20 negócios no trimestre imediatamente anterior. A movimentação somou R$ 1,32 bilhão entre julho e setembro deste ano.

O destaque, porém, ficou com o debt underwriting, ou seja, emissão de dívidas e atividades correlatas. Foram 41 operações no terceiro trimestre, mais que o dobro das 19 do mesmo período do ano passado. O volume movimentado saiu de R$ 599 milhões e para R$ 2,56 bilhões.

Segundo o BTG, a diversificação de suas frentes de negócio, em um modelo único e integrado, tem levado à geração de receita consistente durante diferentes ciclos econômicos. 

Operacionalmente, o maior new net money da história do BTG

O BTG reportou que o new net money (NNM), recursos captados por meio de todas as plataformas da instituição, somou R$ 88 bilhões no terceiro trimestre. 

Essa foi a segunda maior captação, somente atrás do segundo trimestre deste ano, quando o resultado foi de R$ 98 bilhões, impactado de forma não recorrente pela inclusão da Necton, adquirida em abril, que contribuiu com R$ 12 bilhões. 

Assim, o estoque de recursos de terceiros da instituição subiu para R$ 941,9 bilhões. O resultado é 71% maior que o terceiro trimestre do ano passado, e 7% superior ante o trimestre imediatamente anterior. 

O BTG revela que continua levantando recursos e rentabilizando seu capital. Enquanto a janela mostra-se indigesta, o banco de investimento também conseguiu elevar sua rentabilidade em 12 meses. 

O Retorno sobre Patrimônio Líquido Médio (ROAE) ficou em 20,1% no terceiro trimestre, 1,5 ponto percentual menor que o reportado no fim de junho, mas equivalente a um avanço relevante sobre os 15,7% do terceiro trimestre do ano passado, quando os negócios no mercado já haviam voltado a aquecer. 

A rentabilidade da instituição está acima da média histórica, conforme mostrado abaixo, com base na plataforma do TradeMap

Foto: TradeMap
Foto: TradeMap

BTG Pactual contra XP em números recentes

Quando se fala em BTG, não dá pra fugir do tema XP. A empresa fundada por Guilherme Benchimol divulgou seus resultados na última semana, e agora as comparações vêm à tona.

O resultado do BTG foi maior que o da XP em lucro e receita no terceiro trimestre. A captação líquida também foi superada, conforme mostram os números listados abaixo:

XP BTG PACTUAL
LUCRO R$ 1,03 BI R$ 1,79 BI
RECEITA R$ 3,33 BI R$ 3,84 BI
ROAE ANUALIZADO 29% 20%
AUC TOTAL R$ 789 BI R$ 942 BI
CAPTAÇÃO LÍQUIDA (NNM) R$ 47 BI R$ 88 BI

A comparação entre os pares se torna cada vez mais acirrada, não só pela disputa pelos escritórios de agentes autônomos mas também pelas ofertas agressivas na gestão de fortunas e assessoramento de operações no mercado financeiro. 

Mesmo com a ascensão dos últimos meses, os números parecem estar menos esticados no caso do BTG. 

Enquanto a XP é negociada a uma relação preço/lucro de 33 vezes na Nasdaq, o múltiplo no caso do BTG está na mínima de dois anos, a 17,15 vezes, conforme o gráfico a seguir:

 

Foto: TradeMap
Foto: TradeMap

A diferença já foi maior, visto que as ações do BTG têm ganhos de pouco mais de 1% no acumulado deste ano, enquanto os papéis da XP recuam 13%. 

O que o mercado pensa sobre o BTG Pactual

O consenso do mercado é que o ativo de BTG esteja negociando hoje na faixa de 13 vezes os lucros projetados para 2022. 

O compilado da Refinitiv mostra que de nove dos principais analistas que acompanham o banco, oito recomendam compra. A opinião distinta é de manutenção das ações. Ninguém recomenda venda neste momento. 

Desses, o mais empolgado enxerga a ação valendo R$ 41, o que perfaz um potencial de alta de quase 80% sobre o patamar atual. O “otimista cauteloso” entende que os papéis do banco de investimento valem R$ 25,02, patamar cerca de 9% acima do atual. 

Acompanhando o setor bancário, as units do BTG Pactual caíram 4,18% no pregão de hoje. A realização de lucros, que já vem de algumas sessões, perfaz um valor de mercado de R$ 121,54 bilhões ao banco na B3. 

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