Os juros no Brasil e nos Estados Unidos estão na ordem do dia nesta terça-feira (7), com a divulgação logo mais da ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) e uma fala do presidente do Federal Reserve (banco central americano), Jerome Powell, marcada para o início da tarde.
Na semana passada, o colegiado brasileiro manteve os juros em 13,75% ao ano, como era esperado, e mandou um recado duro ao governo Lula: o cenário de disparada nas expectativas de inflação para este ano e o próximo, somado às incertezas fiscais elevadas, pede que a taxa Selic fique elevada por mais tempo.
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O mercado fez a leitura de que o BC deu um sinal forte de que os juros básicos só devem cair no ano que vem, ainda mais em um cenário em que as projeções para o IPCA vem sendo elevadas após declarações duras do presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra o presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto.
Ontem, durante a posse de Aloizio Mercadante como presidente do BNDES, o presidente dobrou a aposta ao afirmar que não há justificativa para o atual patamar da taxa básica.
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“Não existe nenhuma justificativa para a Selic estar em 13,75% ao ano. É só olhar o Copom para ver que é uma vergonha esses juros. Aí dizem que o presidente da República não pode falar do Banco Central, mas quem vai falar por mim?”, questionou.
Além de olhar com lupa a ata da última reunião, em busca de mais pistas sobre a visão do comitê sobre a inflação, os investidores acompanham, após o fechamento do mercado, o balanço do quarto trimestre do Itaú Unibanco.
Powell fala após payroll
Apesar das críticas de Lula ao Banco Central descerem muito mal, o mau humor do mercado brasileiro entre o final da semana passada e ontem tem mais a ver com a sinalização de que os juros ficarão mais altos também nos Estados Unidos.
É por isso que todos os olhares estarão voltados para a fala de Powell, às 14h, durante participação de evento do Clube de Economia de Washington.
Na última sexta (3), os dados do payroll revelaram um mercado de trabalho americano muito mais forte do que o imaginado, com a criação de mais de 500 mil vagas em janeiro. Se o cenário de uma atividade econômica muito forte se confirmar, o Federal Reserve será forçado a cortar juros somente em 2024, depois do que vinha sendo precificado por uma boa parte do mercado.
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Na manhã desta terça, os índices futuros americanos operam mistos. Por volta das 7h25, o Dow Jones caía 0,02%, o S&P subia 0,12% e o Nasdaq avançava 0,30%. O índice europeu EuroStoxx 50 operava em alta de 0,10%.