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Lidar com o dinheiro sempre suscita certa insegurança, mas com conhecimento é possível tomar a decisão mais inteligente para encarar o universo financeiro, seja na hora de investir, economizar ou se planejar.
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Eu comparo a minha carteira de fundos imobiliários (FIIs) com o Ifix. Devo considerar os dividendos?
O Ifix é o índice de fundos de investimento imobiliários (FIIs) da B3 que tenta refletir o desempenho daqueles que são negociados em Bolsa. E sim, ele pode ser utilizado como referência para que o investidor avalia o desempenho dos fundos que possui em carteira.
Esse é um índice de retorno total, ou seja, além da variação do preço das cotas, também incorpora os dividendos que foram distribuídos em um determinado período.
“A composição do Ifix atende a um critério bem objetivo e muda a quatro meses. (…) Além disso, é um índice de retorno total, ou seja, os rendimentos distribuídos são incorporados”, diz Marielle Santos, gerente de produtos da B3.
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Para o investidor que quer utilizar o Ifix como referência, ele precisa fazer o mesmo com seus fundos. Além de ver o quanto variou o preço de aquisição da cota, é preciso incluir também os dividendos distribuídos.
No ano, o Ifix acumula uma alta de 6,2% no ano até o dia 6 de setembro.
Regras de participação
Para fazer parte do Ifix, que foi criado há dez anos, o FII precisa ser listado e ter presença (ou seja, ter sido negociado ao menos uma vez) em 95% dos pregões.
Ainda sobre as regras, a cota do fundo também não pode ser inferior a R$ 1 e a participação de cada um é ponderada pelo valor de mercado, sendo que nenhum fundo pode representar mais de 20% do Ifix.
Atualmente, são 108 fundos no índice e todos estão bem longe desse limite de participação. Os maiores são o KNIP11 (6,53%), KNCR11 (3,97%), HGLG11 (3,52%), IRDM11 (3,29%) e KNRI11 (3,25%).
Novos índices
A B3, no entanto, está estudando a criação de uma nova categoria de índice de fundo imobiliário, ainda sem data para ser lançado.
Nesse caso, esse novo índice será um “price return”, que levará em conta apenas a variação dos preços, sem incluir os proventos distribuídos.
A necessidade de um índice “price return” está ligada ao desenvolvimento de novos ETFs, que são fundos de índice.
Atualmente, os ETFs não distribuem dividendos, mas é esperado que a partir do ano que vem possam fazer isso e por isso a importância de um outro índice que possa servir como referência.
“O investidor pessoa física está sempre interessado nos dividendos. O ETF irá ficar mais semelhante à dinâmica do próprio fundo imobiliário”, explica.
A B3 deve entregar o sistema que permite que ETFs distribuíam dividendos até o primeiro semestre do ano que vem. No entanto, ainda não há previsão de quando esse produto estará de fato disponível.
Outra metodologia em estudo é a criação de “sub índices” para registrar a variação dos fundos por categoria, como um “Ifix papel”, que considerariam os fundos que investem apenas em certificados de recebíveis imobiliários (CRIs), e os “Ifix tijolo”, que compram diretamente empreendimentos imobiliários.
Atualmente são 435 fundos listados em Bolsa, mais da metade dos 744 registrados na CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
São 1,765 milhão de pessoas físicas que investem nesses fundos listados.
São alguns os fatores que fazem com que esse instrumento financeiro seja um dos preferidos do investidor: distribuição de dividendos para quem quer uma renda; isenção do Imposto de Renda (IR) sobre os rendimentos; valor inicial pequeno se comparado ao preço de um imóvel.