A semana termina com a divulgação de dados importantes para o mercado brasileiro e internacional. Logo mais, às 9h, o IBGE informa o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de junho, e às 9h30 sai o payroll do mês passado nos Estados Unidos, dado que informa a criação de vagas e taxa de desemprego na maior economia do mundo.
O número sobre o comportamento recente do mercado de trabalho americano é aguardado com especial interesse pelos investidores, já que mostrará se a economia americana está ou não perdendo fôlego. O mercado espera uma desaceleração, com a quantidade de empregos criados caindo de 390 mil em maio para abaixo de 300 mil no mês passado.
O mercado já precificou uma recessão à frente na economia e busca sinalizações dos próximos passos do Federal Reserve, o banco central americano, para os juros. Na ata da última reunião, a autoridade monetária indicou que o seu foco é combater a maior inflação em quatro décadas, mesmo que isso custe, lá na frente, o crescimento da atividade econômica do país.
Mas o documento foi considerado desatualizado pelo mercado, pois o encontro que elevou o ritmo de alta de juros para 0,75 ponto percentual aconteceu há quase um mês. De lá para cá, as quedas recentes nos preços das commodities e indicadores mais fracos de atividade foram divulgados, reforçando a percepção de que a economia já está desacelerando.
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Os índices futuros americanos operam próximos da estabilidade na manhã de hoje. Por volta das 9h, o Dow Jones subia 0,04%, o S&P 500 caía 0,10% e o Nasdaq tinha queda de 0,36%. Já o EuroStoxx 50 avançava 0,44%.
Por que isso importa?
Juros mais altos nos EUA retiram a atratividade de ações ou de papeis de países emergentes, como o Brasil. Como a política monetária do Fed tem duplo mandato (inflação e pleno emprego), os dados de mercado de trabalho americano também são acompanhados com atenção.
IPCA e Anfavea
Por aqui, os investidores aguardam a divulgação do IPCA de junho. A expectativa de analistas ouvidos pela Reuters é de um crescimento de 0,7% na inflação do mês passado, um avanço em relação a maio, com alimentos e serviços pressionando os preços.
O dado é divulgado em meio a preocupações cada vez maiores do mercado com o risco fiscal: a PEC dos Benefícios, em tramitação na Câmara, aumenta o valor do Auxílio Brasil e institui novos auxílios, elevando as despesas em R$ 40 bilhões até o final do ano. Esse cenário coloca ainda mais pressão sobre a inflação, dificultando o trabalho do Banco Central.
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Por que isso importa?
O mercado já precificou mais um aumento na taxa básica de juros, a Selic, na reunião de agosto do Copom (Comitê de Política Monetária do BC). Mas há dúvidas sobre por quanto tempo o Banco Central terá que deixar os juros em um patamar elevado para conter a alta de preços, já que os investidores estão cada vez mais preocupados com o risco fiscal.
Produção de veículos
O mercado ainda está de olho nos dados da Anfavea (Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores), que serão publicados às 10h, revelando a produção e licenciamentos de veículos em junho. A avaliação de economistas é que a atividade econômica está mais forte do que o esperado, e os números podem ajudar a confirmar essa percepção.