Neste último pregão do primeiro semestre de 2022, os investidores acompanham a divulgação do índice de inflação oficial dos Estados Unidos, dados da taxa de desemprego brasileira e, no final da tarde, a votação no Senado da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que eleva o Auxílio Brasil e cria outros benefícios sociais em ano eleitoral.
Logo mais, às 9h30, será divulgado o PCE (Índice de Preços para Gastos de Consumo Pessoal) dos EUA em maio, que é o indicador de preços acompanhado pelo Federal Reserve, o banco central americano, para tomar decisões sobre política monetária.
A expectativa é de um avanço de 0,4% na comparação com abril. Qualquer aceleração acima ou abaixo do esperado deve se refletir nos mercados, já que os investidores tentam estimar quanto e por qual período o Fed terá que elevar a taxa de juros americana para conter a maior inflação em quatro décadas.
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Os índices futuros americanos operam no vermelho nesta manhã. Por volta das 7h40, o Dow Jones caía 1,16%, o S&P 500 recuava 1,43% e o Nasdaq estava em queda de 1,75%. No mesmo horário, o Euro Stoxx 50 perdia 2,29%.
Por que isso importa?
Indicações de uma inflação maior ou menor que o esperado se refletem nos juros futuros, com o mercado tentando adivinhar os próximos passos do Federal Reserve. Além de refrearem a economia – o receio dos investidores é de uma recessão no futuro -, juros elevados nos EUA deixam investimentos em ativos de maior risco, como bolsas ou aplicações de países emergentes, menos atrativos. |
Taxa de desemprego
Às 9h, o IBGE divulga a taxa de desemprego brasileira em maio, com expectativa de recuo para 10,2%. No trimestre encerrado em abril, a taxa ficou em 10,5%, a menor para o período desde 2015.
Os investidores ainda olharão a evolução dos salários, que recentemente mostraram alguma recuperação.
Por que isso importa?
A taxa de desemprego medida pelo IBGE é o principal dado sobre o mercado de trabalho brasileiro. O número sinaliza como está a atividade econômica e também a renda disponível para consumo no país. |
PEC para elevar o Auxílio Brasil
Após a oposição contestar um trecho da proposta, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) adiou para esta quinta-feira a votação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que amplia o Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600, zera a fila do programa social, institui um auxílio de R$ 1.000 a caminhoneiros e eleva o vale-gás.
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A expectativa é que as mudanças, que custarão pouco mais que R$ 38 bilhões até o final do ano, sejam aprovados em dois turnos pela Casa ainda hoje.
Por que isso importa?
Quando o risco de descontrole das contas públicas de um país se eleva, investidores passam a pedir taxas de juros maiores lá na frente para comprar seus títulos públicos – ou, de forma mais simples, para emprestar dinheiro ao governo. Essa taxa maior é o preço cobrado pela incerteza que o investidor assumirá ao aplicar recursos em um título brasileiro, por exemplo. |