Nubank e Magalu, dados de Brasil e EUA e o que você precisa saber nesta terça-feira

Indicadores ajudarão investidores a calibrar expectativas para alta de juros

Foto: Shutterstock

Com o fim da temporada de balanços na segunda-feira (16), a atenção dos investidores deve se voltar gradualmente para o cenário macroeconômico, onde o tema maior é o nível elevado de inflação tanto no Brasil quanto no exterior.

Nesta terça-feira (17), os investidores serão abastecidos às 8h (de Brasília) com mais um dado sobre este tema – o IGP-10, índice de preços medido pela FGV (Fundação Getulio Vargas), referente a maio.

Em abril, o indicador teve alta mensal de 2,48%, acumulando avanço de 15,65% em 12 meses. A expectativa do mercado é de que neste mês o índice desacelere. O Goldman Sachs, por exemplo, acha que o IGP-10 subirá apenas 0,3% em relação a abril, e diminua o ritmo de alta anual para 12,30%.

gráfico com histórico da variação mensal do IGP-10 até abril de 2022
Fonte: FGV

Os dados de inflação têm sido particularmente importantes para o mercado porque ajudam a orientar as expectativas para a trajetória dos juros. Sinais de que a inflação vai arrefecer podem ser um indício de que a alta das taxas vai diminuir ou parar.

A Selic, taxa básica de juros do Brasil, subiu rapidamente desde 2021 e está em 12,75% ao ano atualmente, com possibilidade de superar 13% em junho.

Neste nível elevado, os juros tendem a ter efeito negativo sobre o crescimento da economia. Isso prejudica empresas mais suscetíveis à desaceleração da atividade, como as de varejo. Além disso, taxas mais altas afetam companhias que dependem mais de capital para crescer, caso das empresas de tecnologia.

No exterior, também estão previstos dois indicadores dos Estados Unidos que são importantes para o mercado mundial: as vendas no varejo, às 9h30, e os dados da produção industrial, às 10h15. Ambos são referentes a abril.

A expectativa é de que os dois dados mostrem crescimento – de 0,9% no varejo e de 0,5% na produção industrial, segundo o banco ING -, reforçando que a economia americana está saudável e aguenta as próximas altas de juros prometidas pelo banco central do país, o Federal Reserve.

Prejuízo no Magazine Luiza e no Nubank

Na noite de ontem, duas das empresas mais acompanhadas pelos investidores divulgaram resultados – e ambas reportaram perdas no primeiro trimestre.

A Nu Holding (NUBR34), dona do Nubank (NUBR33), conseguiu reduzir o prejuízo em relação ao primeiro trimestre do ano anterior, mas não escapou do fantasma que tem assombrado todo o sistema financeiro: o aumento da inadimplência.

Nos primeiros três meses de 2022, a companhia perdeu US$ 45,1 milhões, uma queda de 8,70% em relação às perdas de um ano antes. O lucro ajustado, por sua vez, totalizou US$ 10,1 milhões no período, revertendo o prejuízo de US$ 11,9 milhões na mesma base de comparação.

Já o Magazine Luiza (MGLU3), uma das maiores varejistas do Brasil, não resistiu ao aumento de juros e viu o seu resultado líquido sair do azul para o vermelho.

No primeiro trimestre de 2022, a empresa teve prejuízo de R$ 161,3 milhões, revertendo o lucro de R$ 258,6 milhões que havia registrado no primeiro trimestre de 2021. Em cálculo com ajuste, o prejuízo somou R$ 98,8 milhões, acima dos R$ 81,5 milhões anotados no mesmo período do ano passado.

Bolsas do exterior sobem

A notícia de que áreas da cidade de Xangai, a maior da China, estão há três dias sem registrar novos casos de Covid-19 e o anúncio do governo local de que até o fim deste mês devem ser encerrados os lockdowns na região animaram os investidores lá fora e fazem com que os principais índices acionários mundiais operem em alta nesta terça-feira.

Por volta das 7h40 (de Brasília), o índice Stoxx 600, que reúne as principais ações do mercado europeu, subia 1,47%, enquanto os contratos futuros dos principais índices de ações dos Estados Unidos subiam de 1,5% a 2,0%.

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