Ibovespa deve abrir em queda com tensão entre Rússia e Ucrânia e previsão de juros mais altos no Brasil

Cautela prevalece nos mercados globais por possibilidade de conflito militar entre os dois países

B3/Divulgação

O Ibovespa deve abrir o pregão desta segunda-feira (14) em baixa, alinhado com as bolsas do exterior, que recuam em meio à tensão quanto a um possível conflito militar entre Ucrânia e Rússia. Por volta das 9h30 (de Brasília), o contrato futuro do Ibovespa com vencimento em abril recuava 0,32%, para 114.630 pontos.

Na última sexta-feira (11), surgiu a informação de que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, já teria tomado a decisão de invadir a Ucrânia e comunicado essa resolução às Forças Armadas russas. A hipótese de um conflito na região impulsionou os preços do petróleo e fez as bolsas mundiais caírem naquele dia. O Ibovespa escapou por pouco deste movimento, subindo 0,18%, puxado para cima por um avanço de mais de 4% nas ações da Petrobras.

Hoje, a aversão ao risco continuou nos mercados globais, após os Estados Unidos reiterarem no fim de semana que os russos podem invadir a Ucrânia a qualquer momento. Às 9h15, os contratos futuros dos principais índices acionários dos Estados Unidos caíam em conjunto. Dow Jones recuava 0,73%, S&P 500 caía 0,84% e o índice Nasdaq Composto tinha queda de 1,10%.

Na Europa, que seria afetada pelo conflito em termos econômicos caso o conflito atrapalhasse o fornecimento de gás natural da Rússia para a região, as bolsas também tinham queda acentuada. Em Londres, o FTSE 100 caía 2,05%, já na Alemanha, o DAX caía 3,21%. O índice Euro Stoxx 50, que reúne empresas de toda a zona do euro recuava 3,44%.

“Essa escalada de tensão fez com que os investidores adotassem uma abordagem de segurança antes do fim de semana. Isso parece se traduzir em uma abertura mais baixa para os mercados na Europa esta manhã”, afirma Michael Hewson, analista-chefe da corretora britânica CMC Markets, em nota.

Além das bolsas, o conflito mexe com o preço do petróleo pelo mundo. O barril da commodity tipo Brent opera em queda de 0,33%, mas segue operando perto dos maiores níveis desde 2014, a US$ 94,13.

Na sexta-feira, quando a notícia de potencial invasão da Ucrânia surgiu, por volta das 16h, o petróleo Brent subia 4,18%, a US$ 95,27. Já o petróleo do tipo WTI era negociado a US$ 94,39, alta de 4,86%.

Expectativa de alta dos juros no Brasil também pesa

Além dos fatores externos, os investidores também digerem dados do Boletim Focus que mostraram um aumento das expectativas do mercado para o nível da taxa básica de juros, a Selic, ao fim de 2022.

Os analistas elevaram a estimativa para a Selic de 11,75% para 12,25% neste ano, e também aumentaram a previsão de inflação em 2022 de 5,44% para 5,50%.

Além disso, para 2023, o mercado diminuiu a previsão de crescimento do PIB de 1,5% para 1,3%.

O Focus é uma publicação divulgada todas as segundas-feiras pelo Banco Central, contendo um resumo das expectativas de mercado a respeito dos principais indicadores da economia brasileira.

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Boletim Focus: analistas elevam projeção da Selic para 12,25% no final de 2022

Ainda no Brasil, ao final do dia os investidores acompanham a divulgações dos balanços financeiros do quarto trimestre de 2021 de Banco do Brasil (BBAS3), Engie Brasil (EGIE3) e Itaúsa (ITSA4).

Na sexta (11), o resultado positivo de Itaú Unibanco (ITUB4) animou os mercados e fez com que as ações de bancos que estão listadas na B3 subissem ao longo do dia, incluindo Banco do Brasil e Itaúsa, que fecharam o pregão em alta de 4,26% e 3,50%, respectivamente.

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