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Boletim Focus: analistas elevam projeção da Selic para 12,25% no final de 2022

Especialistas ouvidos na pesquisa ainda revisaram para baixo a aposta para o crescimento da economia em 2023

Após uma ata do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) mais dura do que o esperado, analistas ouvidos semanalmente pelo BC no Boletim Focus esperam agora juros de 12,25% no final de 2022, contra uma expectativa anterior de 11,75%.

Para o final de 2023, a mediana das apostas dos economistas ouvidos no Focus se manteve em 8% de taxa básica.

A ata da semana passada, considerada por parte do mercado como mais hawkish (propensa à alta de juros) do que o comunicado da decisão, apontou que os riscos para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) são maiores que o usual, e que o mais indicado para este momento é que a taxa básica continue avançando em um patamar “significativamente” contracionista.

Na pesquisa divulgada nesta segunda (14) pelo BC, analistas ainda revisaram para cima suas projeções para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) deste ano – agora, a projeção da mediana dos especialistas é de uma inflação de 5,50% em dezembro deste ano, ante 5,44% na semana anterior.

Dessa forma, as expectativas se afastam cada vez mais da meta de inflação para o ano – de 3,5%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto para cima ou para baixo. As apostas para a variação de preços no ano que vem foram mantidas.

Os analistas ainda voltaram a revisar para baixo as estimativas para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do ano que vem. Agora, a expectativa é que a atividade econômica cresça 1,50%, ante previsão anterior de 1,53%. Para este ano, a aposta continua sendo de uma alta de 0,30% no PIB.

Neste boletim, os analistas passaram a esperar um real mais forte: de US$ 5,58 no final de 2022 (ante US$ 5,60 da pesquisa anterior) e US$ 5,45 para dezembro de 2023 (ante US$ 5,50 da pesquisa anterior).

O que é a pesquisa Focus?

O Boletim Focus é uma publicação divulgada todas as segundas-feiras pelo Banco Central às 8h25, contendo um resumo das expectativas de mercado a respeito dos principais indicadores da economia brasileira, como taxa de juros básica, inflação, câmbio e juros.

O relatório apresenta resultados de uma pesquisa feita diariamente com as previsões de bancos, gestoras de recursos e corretoras, entre outros participantes do mercado, e faz parte do arcabouço da política monetária. O objetivo é monitorar a evolução das expectativas do mercado para as principais variáveis macroeconômicas, dando assim elementos ao Banco Central para decidir sobre a taxa básica da economia, a Selic.

O levantamento foi criado em 1999 como parte da transição brasileira para o regime de metas de inflação, no qual o BC se compromete a atuar para garantir que a variação de preços medida pelo IPCA esteja em linha com um objetivo pré-estabelecido.

Um dos propósitos do BC é exatamente ancorar (ou guiar) as expectativas do mercado financeiro. A razão para isso é que, quanto mais previsíveis forem as condições macroeconômicas de um país, menores tendem a ser as contrapartidas pedidas pelos investidores.

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