Logo-Agência-TradeMap
Logo-Agência-TradeMap

Categorias:

Invasão iminente da Ucrânia pela Rússia derruba bolsas, apaga alta do Ibovespa e impulsiona petróleo

Presidente dos EUA, Joe Biden, teve reunião por videoconferência com países aliados

Jader Lazarini

Jader Lazarini

A informação de que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, já teria tomado a decisão de invadir a Ucrânia, tendo inclusive comunicado essa resolução às Forças Armadas, derruba as bolsas internacionais neste momento.

De acordo com a Reuters, imagens de satélite de uma empresa privada americana mostraram novas tropas militares russas em diversos lugares próximos à fronteira com a Ucrânia. Estados Unidos e Reino Unido já alertaram seus cidadãos para deixarem o país.

“Não podemos dizer o dia e a hora, mas podemos dizer que há perspectiva confiável de que a ação militar da Rússia aconteceria antes mesmo do fim das Olimpíadas de inverno na China [que terminam em 20 de fevereiro]”, afirmou há pouco Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, em coletiva de imprensa.

Quando a notícia surgiu, por volta das 16h, o petróleo Brent subia 4,18%, a US$ 95,27, e o petróleo WTI era negociado a US$ 94,39, alta de 4,86%. Os contratos futuros de ouro para abril de 2022 estavam cotados a US$ 1.859,90 a onça troy, aumento de 1,22%.

Por volta das 17h (de Brasília), o ritmo de alta nos preços do petróleo havia desacelerado para cerca de 3,5%, enquanto a alta nos preços do ouro acelerava a 1,34%.

No mesmo horário, o S&P 500 caía 1,77%, enquanto o Ibovespa – que chegou a subir 1,35% na máxima do dia -, caiu 0,21% na mínima do dia e operava em alta de 0,14%, dividido entre a queda de 1,7% nas ações da Vale (VALE3) e o avanço de 4% nas ações da Petrobras (PETR4).

Chamada de vídeo fora da agenda

Nesta sexta, o presidente Joe Biden fez uma chamada de vídeo com os líderes de diversos aliados da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e outros países para discutir a escalada do conflito na fronteira com a Ucrânia.

De acordo com a imprensa internacional, a reunião não estava na agenda oficial de Biden, que foi informada na noite de ontem, o que sugere que foi arranjada de último minuto.

Consequências de uma invasão russa à Ucrânia

Os EUA e a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) ameaçam impor sanções econômicas relevantes sobre a nação liderada por Vladimir Putin caso a Rússia invada a Ucrânia. A Rússia, por sua vez, faz parte dos países aliados da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e também é uma grande exportadora de gás à Europa.

A simples possibilidade da interferência americana num potencial conflito entre os russos e ucranianos – e de efeitos secundários disso sobre os preços do petróleo e de outros ativos relacionados à energia no mercado internacional – têm forçado o barril de petróleo do tipo Brent a permanecer acima de US$ 90 desde o final de janeiro, maior patamar desde 2014.

O ouro, por sua vez, indica a sensação de instabilidade global. A matéria-prima, dada a sua escassez, é alvo dos investidores que procuram por refúgio numa reserva de valor.

Outro destino em tempos de tensão são os títulos públicos americanos. As Treasuries de 10 anos são conhecidas por serem os papéis menos arriscados em todo o mundo. O rendimento do título – que vai na contramão do preço – caía a 1,964%, depois de ter fechado a 2,033% na quinta-feira (10).

O VIX, que mede a volatilidade dos ativos no mercado americano e que é chamado de “índice do medo”, estava em alta de quase 20% por volta das 16h30, atingindo o maior patamar neste mês.

Compartilhe:

Leia também:

Mais lidas da semana

Uma newsletter quinzenal e gratuita que te atualiza em 5 minutos sobre as principais notícias do mercado financeiro.