Decisão do Fed, IBC-Br e o que mais você precisa saber para investir bem nesta quarta-feira

Mercado espera que banco central americano acelere fim de estímulos nos EUA

O último grande evento com data marcada e relevante para o mercado financeiro mundial acontece hoje. Às 16h (de Brasília), o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, vai reforçar que a ampla oferta de dólar barato vai acabar mais rápido do que se pensava. Um pouco mais tarde, às 16h30, o presidente da instituição, Jerome Powell, vai comentar o anúncio.

A expectativa é de que a instituição caminhe em duas direções específicas:

Menos dinheiro para a economia: no mês passado, o banco central americano avisou que reduziria o volume de títulos de dívida comprados do mercado financeiro. Foram adquiridos US$ 120 bilhões em outubro, que passaram a US$ 105 bilhões em novembro e a US$ 90 bilhões em dezembro. O consenso é de que o ritmo desta redução vai dobrar, de US$ 15 bilhões para US$ 30 bilhões mensais.

Alta de juros em 2022: na última vez em que detalhou as estimativas da instituição para os juros, em setembro, o Fed mostrou que metade dos 18 membros do comitê de política monetária defendiam a manutenção da taxa entre zero e 0,25% ao ano até o final de 2022. A previsão é de, no mínimo, a maioria delas passe a defender alta nos juros no ano que vem.

O mercado vai reagir de acordo com a intensidade destas duas medidas. Se a sinalização for de injeções ainda menores de dinheiro na economia ou de um número maior de altas de juros em 2022, a tendência é de alta do dólar e queda no preço das ações nos Estados Unidos e no Brasil. Se as decisões forem em sentido contrário, os movimentos se invertem – queda do dólar e alta nos preços das ações.

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Vale lembrar que, além das quase exaustivas sinalizações de que a política monetária será endurecida amanhã, o cenário econômico dos Estados Unidos torna pouco provável que o banco central americano pegue leve amanhã.

A inflação do país terminou os 12 meses encerrados em novembro em 6,8%, maior nível desde março de 1982. Para fins de curiosidade histórica, visto que o contexto não é comparável, naquela época os juros da economia americana estavam perto de 15% ao ano.

Outros destaques

Muito antes do anúncio do Federal Reserve, o nosso Banco Central divulgará, às 9h, o índice de atividade econômica IBC-Br. A expectativa é de mais um resultado negativo, dado o fraco desempenho da indústria, do varejo e do setor de serviços em outubro na comparação com setembro.

Em âmbito político, a Câmara dos Deputados avançou ontem à noite na aprovação dos trechos ainda não promulgados da PEC dos Precatórios. Eles mantiveram na proposta o prazo até 2026 para a vigência de um limite para o pagamento destas dívidas – mudança que foi incorporada ao texto no Senado. A Câmara defendia um prazo mais extenso – até 2036.

Hoje, os deputados vão continuar votando, a partir das 10h, os chamados destaques ao texto – propostas que tentam modificar trechos específicos da legislação. Ontem foram rejeitados dois destes destaques, e há mais três na fila para apreciação. Se o texto remanescente da PEC dos Precatórios for promulgado ainda este ano, o governo terá um espaço adicional de aproximadamente R$ 110 bilhões para gastar no ano que vem sem romper o teto de gastos.

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