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TradeLetter #21 – O COPOM MANTÉU, Lula e Campos Neto no octógono, tretas na sucessão da presidência do BC e a ascenção da Nvidia

Olá, investidor(a)!

Tudo bem?

Aqui está, saindo quentinha do forno, mais uma edição da TradeLetter, a mais divertida newsletter de notícias do mercado financeiro.

Nesta edição, vamos olhar em retrospecto para tudo que de mais interessante aconteceu na última semana. Bora lá?

E os troféus de maiores altas e maiores baixas do ano vão para…

🥇 EMBR3 = +69,14%

🥈 BRFS3 = +48,81%

🥉 CIEL3 = +25,60%

👎 AZUL4 = -52,03%

👎👎 YDUQ3 = -50,78%

👎👎👎 COGN3 = -50,14%

Principais índices

IBOV = -9,57%

IDIV = -4,97%

IFIX = -0,36%

Dow Jones  = +3,88%

S&P-500 = +14,57%

Nasdaq = +17,84%

Dólar Ptax = +12,40%

*Dados do ano até o fechamento de 21/06/2024.

Agora, sem mais delongas, vamos ao que interessa!

MANTÉU

Já dizia o poeta Vinicius de Moraes: “Tristeza não tem fim; felicidade, sim.”

Tava bom demais pra ser verdade. A taxa Selic já vinha de oito cortes consecutivos, série iniciada há quase um ano atrás. E havia grande expectativa em torno de um nono — até que no horizonte uma tempestade foi se adensando rapidamente e essa expectação aos poucos se foi.

Pra quem iniciou o ano sonhando com uma Selic na casa dos 9% a.a. no término de 2024, no fim, tal qual o sonho do hexa, continuamente adiado, o mercado recolheu suas coisas da arquibancada e foi pra casa frustrado pelo fim do ciclo de queda da taxa.

Isso mesmo. Na quarta-feira (19), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central optou, como já era esperado pelo mercado e por você leitor assíduo da TradeLetter, por interromper o ciclo de cortes na taxa de juros, mantendo-a em 10,50% a.a..

O Comitê optou, de maneira unânime, por interromper o ciclo de queda de juros, tendo por justificativa o cenário global incerto e o cenário doméstico marcado por resiliência na atividade, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas que demandam maior cautela.

Segundo o comunicado, “a política monetária deve se manter contracionista por tempo suficiente em patamar que consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”.

Apesar dessa e de outras declarações, o comunicado evitou dar sinais sobre os próximos passos do Copom. Em resumo, se na macro as coisas melhorarem, a Selic volta a cair; se não, paciência!

No fim das contas, nem tudo foi ruim. Por ora, o fim do ciclo de queda era o melhor que poderia ocorrer. Essa decisão mostrou um BC unido contra a inflação. Ufa!

Eu já mandei você calar a sua boca…

Preciso confessar: eu tenho um guilty pleasure!

Toda vez que vejo uma notícia de um debate mais acalorado entre Lula e Campos Neto — uma alfinetada que seja por qualquer uma das partes! —, eu gosto de imaginar os dois num octógono de UFC se moendo na porrada… Eu sei; nada legal (embora engraçado) pensar nisso, mas pra mim é inevitável.

A treta da vez envolve a decisão em torno da interrupção do ciclo de cortes da taxa Selic pelo colegiado do Copom. Lula acusou o Banco Central de “tomar lado” de especuladores em detrimento do povo brasileiro.

Muito polido, é claro, nosso presidente mencionou, em entrevista à rádio Verdinha (CE), que quem perdeu com essa decisão, no fundo, foi o povo brasileiro. Em sua fala, Lula acusou ainda o Banco Central de “investir no sistema financeiro” e “nos especuladores quem ganham dinheiro com juros”.

E aí veio a parte tão esperada! Não podendo deixar essa passar, nosso honorável presidente foi lá e deu aquela cutucada no presidente do BC, Roberto Campos Neto, ao defender que ele tem “tanta autonomia” quanto o Henrique Meirelles, ex-presidente do BC, tinha durante seus primeiros mandatos como presidente da República.

Em tom irônico, Lula questionou (leia com aquela voz de Darth Vader pernambucano):

“O presidente da República nunca se mete nas decisões do Copom ou BC. O Meirelles tinha autonomia comigo tanto como esse [Roberto Campos Neto] que está aí. Resolveram [no Congresso] entender que deveria ser colocado um presidente do BC que tivesse autonomia financeira. Autonomia do BC em relação a quem? Para servir a quem? Atender a quem?”

Mermão, o cara soltou o verbo! Se eu fosse o Campos Neto, não deixava essa barato…

Tretas na sucessão real

Prometo que essa é a última vez que eu toco no assunto Selic. (Mas é que essa história toda deu um bafafá danado!)

Na reunião anterior, em 8 de maio, os quatro diretores do BC indicados pelo governo (o lado vermelho) votaram por um corte de 0,50 p.p.. Os cinco que tinham vindo da era Bolsonaro/Guedes (o lado azul) decidiram reduzir o ritmo para 0,25 p.p..

Até aí tudo bem! Pra o mercado, o time vermelho estava apenas seguindo o guidance que o BC havia estabelecido — o de ir cortando a Selic em 0,50 p.p. a cada reunião, ou seja, na maciota.

Agora o cenário é outro: tendo em vista que o time vermelho assumiu também uma postura mais hawkish, a mesma do time azul, ficou aquele climão. O time vermelho teria deixado de assumir o guidance do presidente Lula, como o mercado vinha ventilando nas últimas semanas?

Se sim ou se não, o mercado já começa a discutir as implicações dessa atitude para os rumos da sucessão do BC.

Campos Neto sai do posto no fim do ano. Há meses, o nome favorito tem sido o de Gabriel Galípolo, o ex-braço direito de Haddad no Ministério da Fazenda. Mas e agora? Será que esse voto de vira-casaca diminuiu seu favoritismo?

Até então, Galípolo não era o nome dos sonhos da Faria Lima. Mas os faria limers já estavam meio “ok” com isso. Esse pequeno movimento político, porém, pegou a galera de calças arriadas.

As nomeações de Lula são conhecidas por não agradarem muito o mercado. A possibilidade de mudança de um nome com o qual o mercado já estava acostumado para um totalmente desconhecido é, no mínimo, desconfortável.

Embora tudo isso se trate daquela boa e velha especulação que o mercado gosta, teorizar é sempre instigante.

Da minha parte, nem azul nem vermelho; estou do lado dos pretos — se é que você me entende.

All hail Nvidia

Aconteceu nesta terça-feira (18). A Nvidia ultrapassou a Microsoft, então mais valiosa empresa do mundo, em valor de mercado e se tornou a empresa de capital aberto mais valiosa do mundo.

As ações da fabricante de chips subiram 3,5% no pregão do dia 18, conferindo à companhia o assombroso valor de mercado de US$ 3,34 TRILHÕES. Vale lembrar que há menos de duas semanas atrás a Nvidia havia alcançada o patamar de US$ 3 trilhões em valor de mercado, desbancando a Apple; e agora o alvo da vez foi a Microsoft.

Enquanto a Microsoft apostava alto no ChatGPT da OpenAI, o Google no Gemini, e a Apple, mais lentinha, no seu Apple Intelligence, a Nvidia veio comendo pelas beiradas, vendendo suas GPUs, a base das inteligências artificiais.

No fim, a empresa plantou verde pra colher maduro…

Hora de dar tchau!

Por hoje é só, galerinha.

Sim, falei da Selic a beça. Era o que tinha pra falar…

Vejo você na próxima sexta!

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