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Perspectivas econômicas e desafios futuros: análise do Copom e mercado de juros

Foto: Shutterstock/rafapress

No dia 19/06, o Comitê de Política Monetária (COPOM) realizou mais uma reunião. Já era esperado esta pausa no corte de juros para manter a taxa em 10,50% a.a., mas o ponto crucial seria a votação e se todos os membros, principalmente o Galípolo, estariam alinhados. Isso ocorreu, proporcionando um alívio momentâneo para o mercado quanto ao que esperar da composição do banco central em 2025.

Comunicado do Banco Central

Analisando o comunicado, logo no primeiro parágrafo destinado a analisar o ambiente externo, foi destacada a expectativa pelo início da flexibilização da política monetária. Começou-se a questionar qual seria a velocidade da queda da inflação nos diversos países após o início dessa flexibilização.

Analisando o cenário doméstico, observa-se um dinamismo maior do que o esperado nos indicadores de atividade econômica, o que tem gerado um aumento nas expectativas de inflação. No comunicado anterior, o Focus trabalhava com projeções de 3,70% para 2024 e 3,60% para 2025, enquanto agora essas estimativas situam-se em torno de 4,00% para 2024 e 3,80% para 2025. Além disso, nas projeções do Copom, com a alteração do dólar de R$ 5,15 para R$ 5,30, espera-se uma inflação de 4,00% em 2024 e 3,40% em 2025.

Expectativa de inflação
Projeções de inflação para 2024 e 2025 – em %

Fonte: TradeMap e Comunicado do Banco Central do Brasil.

O comunicado também nos trouxe um cenário alternativo, considerando a taxa Selic em 10,50% de forma constante ao longo do horizonte relevante. Isso gera uma inflação na casa de 4,00% em 2024 e 3,10% para 2025.

Próximas decisões

Pensando no futuro dos juros no Brasil, surgem algumas incertezas, especialmente sobre quem será o próximo presidente e quando ele começará a exercer sua influência. O mercado vê com desconfiança a espera por um posicionamento tardio de quem será o próximo presidente do Banco Central, o que pode complicar as projeções de decisões para o ano de 2025.

Ao analisarmos o formato da curva com base nos DIs para as próximas reuniões até dezembro de 2025, deparamo-nos com um cenário altamente atípico. Estamos precificando alternâncias entre altas e quedas de juros consecutivas, o que é quase impensável em uma economia saudável. Isso pode indicar não a realidade das projeções econômicas, mas sim players estressando o mercado de juros para poder zerar riscos que estavam tomados acreditando em um cenário diferente do que estamos vivenciando.

Shape da curva de juros
Curva de juros para os anos de 2024 e 2025 – em %

Fonte: TradeMap e B3.

Para analisar a parte que o comunicado nos traz sobre a visão do início do corte de juros nos EUA, observamos os dados da CME, que projetam apenas um corte neste ano, atualmente cotado para a reunião do dia 18/09. Esse corte marcaria o início da flexibilização, porém até essa data muitos dados econômicos serão divulgados, e sem sinais de arrefecimento, dificilmente esse movimento se iniciará. Isso representa um desafio adicional para o Brasil, que poderia enfrentar dificuldades para reduzir ainda mais sua taxa de juros.

Probabilidade de corte de juros – FED
Projeções da curva até 30/07/2025 – em %

Fonte: TradeMap e CME.

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