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Renda fixa privada: conheça opções pra diversificar sua carteira

Descubra as diferentes alternativas de renda fixa privada disponíveis no mercado financeiro e aprenda a maximizar seus rendimentos com as diversas modalidades de investimentos

Foto: Shutterstock/Cherries

A renda fixa é uma das modalidades de investimento mais populares no mercado financeiro, especialmente entre os investidores iniciantes. Muitos deles, no entanto, desconhecem as diversas opções de ativos de renda fixa privada, usufruindo apenas dos tradicionais títulos públicos do Tesouro Direto e das famosas contas remuneradas de bancos e fintechs.

Para quem deseja diversificar sua carteira de investimentos de renda fixa e maximizar seus rendimentos, conhecer essas opções de renda fixa privada pode ser um bom primeiro passo.

Neste artigo, vamos apresentar as muitas opções de investimentos em renda fixa privada disponíveis no mercado financeiro, desde os famosos CDBs até as curiosas Debêntures.

 

O que é renda fixa?

As aplicações de renda fixa são as aplicações caracterizadas por terem tempo de investimento e o retorno definidos antes do investimento. Ou seja, o investidor de renda fixa já sabe, desde o início, quanto vai receber ao final do prazo combinado.

Um bom exemplo disso é imaginar uma determinada aplicação A com período de vencimento de 2 anos e um rendimento anual de 10% ao ano. Temos tanto prazo de vencimento quanto retorno definidos desde o princípio desta aplicação, correto?

Assim, fazendo uma rápida conta de padaria:

Investindo R$ 1.000,00, ao fim dos dois anos combinados, você vai receber um montante total de R$ 1.210,00, ou seja, um retorno de R$ 210,00.

Saiba todos os detalhes sobre os investimentos de renda fixa aqui.

 

Títulos públicos vs títulos privados

Uma das diferenças mais marcantes da renda fixa é que toda aplicação dessa natureza consiste, em último caso, em um empréstimo.

No caso dos títulos públicos, o emissor é sempre o Governo Federal. O governo emite esses títulos com o intuito de captar recursos para custear os gastos do Estado. Na prática, então, ao adquirir um título público, o investidor empresta dinheiro ao governo e recebe juros em troca.

No caso dos títulos renda fixa privada, cada um possui um emissor diferente, podendo ser bancos, fintechs, financeiras, securitizadoras e até mesmo empresas não participantes do SFN (Sistema Financeiro Nacional). Porém, a lógica de emprestar dinheiro e receber juros é a mesma dos títulos públicos.

 

Renda fixa privada: um universo à parte

Conforme visto, entre os títulos de dívida privada, existem aplicações para toda finalidade e todo gosto. Por conta da multiplicidade desses ativos, vale a pena apresentarmos cada um deles para você, destacando tanto o seu funcionamento quanto suas particularidades. Vamos lá?

 

Poupança

Também chamada de “Caderneta de Poupança”, a Poupança é o investimento mais famoso do Brasil. Quando se trata de guardar aquele dinheirinho que sobrou no fim do mês, ela é a escolha número um da maioria dos brasileiros. 

Dom Pedro II, em 1861, criou a Poupança com o objetivo de captar, através de empréstimo, as economias das pessoas para financiar projetos da Coroa. Em troca, como remuneração pelo empréstimo, a Coroa devolvia o dinheiro com 6% de juros acrescentados.

Curiosidades históricas à parte, hoje em dia, a rentabilidade da Poupança pode variar de acordo com três cenários, seguindo as flutuações da taxa SELIC:

  1. Poupança “antiga”: válida para os depósitos feitos até 3 de maio 2012, a Poupança rende sempre 0,5% + TR (Taxa Referencial) ao mês, ou 6,17% ao ano, independente da SELIC;
  2. Poupança “Nova”: válida para depósitos feitos a partir de 4 de maio de 2012, prevê que, em cenários de taxa SELIC até 8,5% ao ano, a Poupança rende 70% da SELIC + TR. Exemplo: Selic = 7% ao ano; Poupança = 4,9% ao ano.;
  3. Poupança “Nova”: válida também para depósitos feitos a partir de 4 de maio de 2012, prevê que, em cenários de taxa SELIC acima de 8,5% ao ano, a Poupança volta a render 0,5% + TR ao mês, ou 6,17% ao ano, conforme a regra antiga.

CDBs e RDBs

Os CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) e os RDBs (Recibos de Depósitos Bancários) são títulos de renda fixa privada muito populares no mercado financeiro.

Ao investir num desses ativos, o investidor empresta dinheiro para bancos comerciais e fintechs, financiando as suas atividades financeiras, como empréstimos, financiamentos, cartões de crédito e demais produtos.

A rentabilidade e o período de investimento desses ativos também é acordada no momento do investimento, assim como os demais ativos de renda fixa. Assim, existem CDBs e RDBs pós e prefixados, além de diversos prazos de vencimentos também.

Apesar das muitas semelhanças, existem sutis diferenças entre os dois: a forma como são emitidos e a sua liquidez.

Quanto à emissão, os CDBs são títulos de crédito de natureza nominativa, ou seja, são emitidos em nome do investidor e negociado no mercado financeiro.

RDBs, por sua vez, são títulos “ao portador”, ou seja, não são nominativos e não podem ser negociados no mercado financeiro.

Essa impossibilidade de negociação dos RDBs no mercado financeiro leva à sua principal diferença com relação aos CDBs: a sua falta de liquidez. A chamada liquidez diária, bastante comum em CDBs, não existe entre os RBDs, o que obriga o investidor a resgatar o dinheiro só no prazo final.

Entretanto, há exceções. O emissor do RDB pode se comprometer a garantir a liquidez do título antes do vencimento. Um famoso caso de RDB de liquidez diária é a conta remunerada do Nubank.

LCs

As LCs (Letras de Câmbio) são títulos de renda fixa privada emitidos não por bancos, mas por financeiras. Nesse caso, ao investir num desses ativos, o investidor empresta dinheiro para financeiras, financiando também as suas atividades.

As LCs possuem remuneração prefixada, pós-fixada e até mesmo híbrida. Quanto a prazo de vencimentos, o mais comum é encontrar LCs com prazo de vencimento mais longos. É até possível encontrar LCs de liquidez diária, porém muito raramente.

LCAs e LCIs

Parecidas com as LCs, porém apenas na sigla, as LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) e LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) são títulos de renda fixa privada emitidos por bancos, mas não apenas eles.

As LCAs e LCIs são bastante peculiares por conta do destino que é dado aos recursos captados no mercado: o financiamento de atividades de natureza agropecuária ou imobiliária. Na prática, quem investe numa LCA ou LCI está indiretamente financiado produtores rurais ou cooperativas, ou ainda atividades de desenvolvimento imobiliário.

As LCAs e LCIs são encontradas com remuneração prefixada, pós-fixada e também híbridas. Também é possível encontrá-las com liquidez diária, porém o mais comum é encontrá-las com prazo de vencimento de médio a longo prazo.

Um fato curioso e que faz as LCAs e LCIs serem tão procuradas é a sua isenção de Imposto de Renda. Por financiar atividades de desenvolvimento de setores estratégicos, o Governo Federal concede isenção para operações com lucros nessa classe de ativos a fim de fomentar mais investimentos.

CRAs e CRIs

Por sua vez, os CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) e os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) são “primos” das LCAs e LCIs. Esses títulos também financiam atividades de natureza agropecuária ou imobiliária, porém com uma única diferença: são emitidos por instituições securitizadoras.

Uma securitizadora, de forma simples, é uma empresa que tem como objetivo converter ativos financeiros, como dívidas, em títulos securitizados negociáveis no mercado financeiro. Entre esses títulos, os mais conhecidos são os CRAs e os CRIs.

Os investidores que negociam esses ativos estão também, indiretamente, financiando produtores rurais ou cooperativas, ou ainda atividades de desenvolvimento imobiliário.

CRAs e CRIs também possuem remuneração prefixada, pós-fixada e híbridas. Porém não existem ativos como esses com liquidez diária, sendo comum encontrá-los com prazo de vencimento de curto a médio prazo.

CRAs e CRIs também são isentos de Imposto de Renda, pela mesma razão que são as LCAs e LCIs.

Debêntures

Talvez com o nome mais esquisito de toda a lista, as Debêntures são títulos de renda fixa privada emitidos diretamente por empresas, e não bancos, fintechs ou financeiras.

Pode parecer um pouco confuso, porque estamos habituados a ver investidores de um lado, emprestando para instituições financeiras, e empresas na outra ponta, tomando empréstimos dessas instituições.

As Debêntures quebram essa lógica ao eliminar o terceiro (nesse caso, a instituição financeira). Assim, em termos formais, as Debêntures acabam sendo uma forma das empresas buscarem investidores dispostos a financiar seus projetos, sem passar pela bolsa de valores ou pedir empréstimo a um banco.

Tirando essa peculiaridade, todo o resto é igual aos outros ativos de renda fixa.

Existem debêntures prefixadas, pós-fixadas e híbridas. E aqui o prazo de vencimento costuma ser longo, às vezes até de décadas. Para se ter uma ideia, existem Debêntures com até 30 a 35 anos de prazo de vencimento.

É importante mencionar que existem sete diferentes tipos de debêntures. São elas:

 

  1. Simples: o tipo mais comum de Debênture, ela tem o funcionamento idêntico ao de qualquer ativo de renda fixa, ou seja, o deter o papel, no fim do período acordado, você recebe o valor investido mais os juros do período;
  2. Conversível em Ações: essa Debênture dá ao investidor a opção de receber o valor investido em moeda corrente acrescido de juros ou em ações da empresa emissora no vencimento;
  3. Permutável: no vencimento, o investidor desse tipo de Debênture tem a opção de escolher entre receber o valor investido em moeda corrente, ações do emissor ou ainda ações de outras empresas;
  4. Incentivada: emitidas por empresas do setor de infraestrutura, essas Debêntures possuem isenção de IR, assim como as LCAs/LCIs e CRAs/CRIs;
  5. Perpétua: essa Debênture não possui prazo de vencimento definido, ou seja, seus rendimentos irão rentabilizar os seus investidores por toda a vida, enquanto a empresa existir;
  6. Participativa: além da rentabilidade já predefinida, o emissor dessa Debênture oferece ao investidor parte dos rendimentos sob a forma de participação nos lucros da empresa;
  7. Securitizada: esse tipo de Debênture, que é bem mais raro, também é lastreada em dívidas, porém de securitizadoras, assim como os CRAs e CRIs.

 

Como é possível ver, os investimentos em renda fixa no âmbito privado são muitos e constituem-se como uma excelente alternativa para quem busca montar uma carteira de investimentos diversificada e que ainda conte com mais previsibilidade do que a renda variável.

CDBs, LCs, LCIs, Debêntures… enfim, a renda fixa é uma verdadeira sopa de letrinhas. E agora, após essa leitura, você já domina e entende cada uma dessas classes de ativos!

Mas é importante lembrar que a escolha do melhor tipo de investimento em renda fixa para cada investidor depende de seus objetivos, perfil de investimento e tolerância a risco. Portanto, é essencial realizar uma análise cuidadosa antes de escolher onde investir seu dinheiro.

Para isso, acesse o curso de “Renda Fixa: investindo além da reserva” no EducaMap e aprenda a investir na prática e com mais confiança nesses ativos! Acesse aqui

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