Em julho de 2024, o cenário econômico global foi marcado por diversos eventos que impactaram significativamente o desempenho dos ativos financeiros. As tensões econômicas e as expectativas de mudanças nas políticas monetárias influenciaram o comportamento dos investidores, refletindo nas variações de retornos dos ativos. Aqui estão os investimentos que lideraram o ranking de rentabilidade nominal em julho:
1 – Ouro (5,98%)
O ouro (BCB) se destacou em julho, registrando um retorno de 5,98%. Conhecido por ser um ativo de refúgio seguro, o ouro se beneficiou de um aumento na demanda devido às incertezas econômicas e políticas globais. Este ativo continua a ser uma aposta sólida para investidores que buscam proteção contra a inflação e volatilidade do mercado.
Num ambiente de aversão ao risco, sentimento que escalou nos Estados Unidos com o acirramento das tensões em torno da corrida presidencial, o ouro é um ativo bastante procurado. O ouro funciona como reserva de valor, uma espécie de “fundo de segurança”, assim como o dólar. Portanto, o metal também pode ser considerado um protetor de carteiras de investimentos e serve à reserva de riqueza para nações. Quando o risco aumenta e os demais ativos caem, o ouro tende a subir. Esse movimento inverso aos ativos de risco ajuda a equilibrar os riscos e pode proteger patrimônios.
No ano, o ouro acumula rentabilidade de 37,18%, e figura em segundo lugar no ranking anual, atrás somente do Bitcoin.
2 – Bitcoin (4,52%)
O Bitcoin, a principal criptomoeda do mercado, teve um retorno de 4,52% em reais. Com a crescente adoção institucional e o interesse renovado em ativos digitais, o Bitcoin manteve seu lugar como uma das opções de investimento mais atraentes para aqueles que buscam altas rentabilidades e estão dispostos a aceitar a volatilidade que o acompanha.
Embora o Bitcoin não tenha sido o ativo mais rentável em julho, ele ainda ocupa a liderança disparada no ranking dos ativos com os maiores retornos no ano. A criptomoeda já entregou cerca de 76,12% de retorno entre janeiro e julho. Em 12 meses acumula alta de 151,02%.
3 – Dow Jones (4,41%)
A expectativa de que o Federal Reserve (Fed) começará a cortar os juros em setembro se consolidou, com o mercado prevendo dois ou três cortes ainda em 2024. Indicadores econômicos e pronunciamentos do presidente e diretores do banco central americano sugerem que um alívio monetário está próximo.
Nos EUA, observa-se uma mudança no perfil de investimento, com investidores realocando recursos das ações de tecnologia, especialmente das grandes empresas do setor, para segmentos econômicos mais tradicionais.
O índice Dow Jones, mais voltado para setores tradicionais, avançou 4,41%. A Nasdaq, com maior peso em ações de tecnologia, caiu 0,70%. Os investidores percebem que o segmento tecnológico pode estar supervalorizado após avanços recentes, o que foi reforçado por resultados trimestrais decepcionantes de empresas como Tesla e Alphabet (Google).
4 – Ibovespa (3,02%)
Em julho, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, teve seu melhor desempenho mensal do ano, com um retorno de 3,02%. Este resultado foi impulsionado, principalmente, pelo retorno gradual dos investidores estrangeiros ao Brasil, motivado pela expectativa de cortes nas taxas de juros nos Estados Unidos.
Em julho, a B3 registrou uma entrada líquida de R$ 7,346 bilhões de investidores estrangeiros, marcando o primeiro mês positivo de 2024. Embora essa entrada ainda não compense a saída acumulada de R$ 31,515 bilhões no ano, considerando mercado primário e secundário, indica um possível fortalecimento em agosto, à medida que o mercado aguarda o primeiro corte de juros pelo Federal Reserve (Fed).
5 – Euro (2,92%)
O euro também se destacou, com uma valorização de 2,92%. A moeda europeia se beneficiou de sinais de recuperação econômica na Zona do Euro e de políticas monetárias favoráveis do Banco Central Europeu.
Em resumo, julho de 2024 foi um mês de grandes movimentações nos mercados financeiros, impulsionado por incertezas políticas, expectativas de mudanças nas taxas de juros e fluxos de investimento internacional. O ouro e o Bitcoin se destacaram como ativos de alta rentabilidade e proteção, enquanto índices como o Dow Jones e o Ibovespa refletiram o otimismo cauteloso dos investidores em relação a um possível alívio monetário. O euro também mostrou força, beneficiando-se de sinais positivos na economia europeia. Esses desempenhos sublinham a importância da diversificação e da análise cuidadosa do cenário econômico global para a tomada de decisões de investimento.
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