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Enfim, férias; veja as opções mais vantajosas para comprar moeda estrangeira

IOF do cartão de crédito cai para 5,38% a partir de janeiro de 2023; entenda

Foto: Shutterstock/Photofex_AUT

O período de férias chegou e junto com ele o planejamento das viagens de turismo. Se o destino é o exterior, é preciso pensar como se dará a compra da moeda estrangeira e qual a melhor forma de fazer essa aquisição: em espécie, cartão de viagem ou mesmo ter uma conta internacional.

Essa demanda, na verdade, já começou. Dados do Banco Central (BC) mostram que no acumulado do ano até novembro, a entrega de moeda em espécie e cheques de viagem totalizou US$ 3,2 bilhões, um crescimento de 175% na comparação com igual período de 2021.

O volume ainda está longe dos US$ 5,67 bilhões registrados de janeiro a novembro de 2019, antes do início da pandemia da Covid-19, mas já mostra a retomada das viagens aos destinos internacionais após a reabertura das fronteiras.

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Essa busca também já se reflete nas operações das corretoras, que sentem uma procura maior por moeda estrangeira.

“A nossa expectativa é o mercado voltando à normalidade. O volume está ficando mais alinhado com os números pré-pandemia”, avalia Eduardo Campos, diretor de câmbio do banco Daycoval.

Os meses entre o final de ano e o Carnaval, além de julho, costumam ser os de maior demanda por moeda estrangeira nas casas de câmbio, o que mostra que parte dos turistas ainda concentra parte das compras na véspera das viagens.

Para os que gostam de se planejar e fazer as compras gradualmente, saber as vantagens e desvantagens de cada um dos instrumentos mais populares no Brasil ajuda a definir qual será o melhor para atender as necessidades da viagem.

“A escolha de como levar o dinheiro vai muito do perfil de cada viajante, mas o que vemos é que ele está diversificando bastante”, conta Paulo Victor Pereira, gestor de varejo da Europa Câmbio.

Papel moeda

Levar dinheiro em espécie sempre inspira cuidados em termos de segurança, mas ter ao menos parte do que vai gastar na moeda do destino da viagem é importante para os gastos de chegada, como pegar um táxi no aeroporto.

Na venda de dinheiro em espécie, em geral as casas de câmbio adicionam um spread entre 1,5% e 2% em relação à cotação da moeda. Além disso, ainda será preciso pagar mais 1,1% de IOF sobre o valor da compra.

Campos, do Daycoval, afirma que é importante estudar antes o destino, para saber quais os meios de pagamento mais aceitos.

“Na Argentina, por exemplo, leva vantagem quem leva dólar. Já para viagens para a Europa e Estados Unidos, eu prefiro levar 50% em espécie e a outra metade em cartão viagem”, diz.

Cartão viagem

O cartão pré-pago de viagem já tem mais de uma década de uso no Brasil. O instrumento tem como vantagem a facilidade e segurança no transporte.

O spread sobre a cotação comercial também costuma ser um pouco abaixo na comparação com a moeda em espécie, de até 1,5%, já que a corretora também economiza com os custos de segurança. A desvantagem, no entanto, está no IOF, de 6,38%.

A boa notícia é que essa alíquota vai começar a cair. Em janeiro de 2023, será de 5,38%. Novas quedas anuais estão previstas, até a alíquota chegar a zero em janeiro de 2028.

Pereira, da Europa Câmbio, afirma que em geral os viajantes gostam de comprar metade do valor necessário em papel moeda e o restante no cartão pré-pago ou nas contas digitais.

“É importante ter várias opções para conseguir lidar com eventuais problemas lá fora. O que vai diferenciar a preferência por um ou outro é o custo”, diz.

Cartão de crédito

Assim como o cartão pré-pago de viagem, as compras feitas com cartão de crédito internacional estão sujeitas a uma alíquota de IOF de 6,38% – que cai para 5,38% a partir de janeiro.

Esse é o instrumento indicado para ser utilizado só em caso de urgência ou para o pagamento de serviços que precisam ser quitados antes da data do embarque, como a reserva do hotel ou do carro alugado.

Contas digitais internacionais

Em uma opção mais recente no mercado brasileiro, algumas instituições possibilitam a abertura de uma conta no exterior e ter um cartão de débito para compras, que pode ser usado inclusive de forma online.

Essas contas podem ser abertas em instituições financeiras que possuem unidades lá fora. Dessa forma, o correntista faz uma remessa em reais para essa conta no exterior, que pode ser denominada em dólar ou outra moeda estrangeira.

Nessas contas, o IOF é igual ao do dinheiro em espécie, ou seja, 1,1%. Mas por não ter custos de transporte e segurança envolvidos, a cotação costuma ser melhor do que a opção em espécie.

Helene Romanzini, gerente de marketing de produto da Wise, avalia que a pandemia, ao estimular o uso de meios digitais de pagamento, contribuiu para a disseminação das contas digitais internacionais.

“Em uma só conta o cliente pode pelo aplicativo acessar mais de 50 moedas e pagar com cartão de crédito, débito, boleto ou Pix. É mais comodidade porque é tudo online”, explica.

Segundo Romanzini, há um custo que em média é de 0,9% sobre a cotação oficial da moeda, além do IOF de 1,1%. A conta não tem tarifa de manutenção.

Para Guilherme Zanin, analista da Avenue Securities, a conta internacional é uma modalidade que tende a atrair um público mais jovem, além daqueles que já possuem algum tipo de investimento no exterior.

A forma de fazer a remessa ao exterior é a mesma, independente se o interesse é investimento ou deixar dinheiro na conta para gastos em viagem. Na Avenue, o spread sobre a cotação do dólar é de 1,5% a 2%, além do IOF.

“O cartão pode ser utilizado em qualquer lugar. A bandeira irá fazer a conversão de dólar para a moeda do local. Nós não vamos cobrar nenhum spread adicional”, explica.

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