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TradeMap Explica: Como saber se uma empresa está cara ou barata?

P/L mostra a relação entre preço e lucro de um papel e serve como ponto de partida para avaliar uma companhia

Foto: Shutterstock

Tem dúvidas sobre quais passos dar para deixar as contas organizadas ou está com algum receio em relação a determinado investimento?

Lidar com o dinheiro sempre suscita certa insegurança, mas com conhecimento é possível tomar a decisão mais inteligente para encarar o universo financeiro, seja na hora de investir, economizar ou se planejar.

E se precisar de uma ajuda, é só enviar sua pergunta para o e-mail redacao@trademap.com.br que a coluna TradeMap Explica vai esclarecer todas as suas dúvidas sobre finanças pessoais e investimentos.

O que é o P/L que é sempre citado nos relatórios sobre ações?

A análise de ações leva em conta uma série de informações financeiras sobre as empresas. A relação entre duas dessas informações é chamada de múltiplo e um dos mais conhecidos é o P/L, ou preço/lucro.

Esse múltiplo é a relação entre o preço de uma ação em um determinado momento e o seu lucro por ação (LPA) nos últimos 12 meses – embora alguns analistas levem também em conta as projeções de lucro para uma companhia.

E para que esse múltiplo serve? Para mostrar quanto tempo (em anos) demoraria para que o investidor recebesse, em forma de LPA, o capital investido na empresa.

Quando uma empresa cuja ação vale R$ 10 distribui um lucro por ação de R$ 1, isso quer dizer que o investidor irá levar dez anos para receber de volta o investimento feito nesse papel, considerando que nesse período a cotação não terá variação.

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Gustavo Akamine, analista da gestora de patrimônio Constância Investimentos, explica que o P/L é interessante para fazer a comparação de uma empresa com outras do mesmo setor. Outro uso é para comparar a situação atual do múltiplo em relação a períodos anteriores.

Um exemplo é a RaiaDrogasil (RADL3). A empresa está atualmente com um múltiplo de 43,8 vezes o seu lucro, ou seja, o investidor demoraria mais de 40 anos para recuperar o valor investido. Em setembro de 2020, essa relação era maior, de 92 vezes.

Ponto de partida

Essa queda do múltiplo pode indicar que a ação está desvalorizada ou barata, mas é só um indicativo e o contexto também deve ser levado em conta.

“Uma ação estará barata se o investidor acredita que a empresa dará um lucro maior do que está sendo refletido no momento”, diz Akamine.

Ou seja, sozinho ele não significa que esteja em um bom momento para comprar o vender o papel, mas serve como um ponto de partida.

Para Maurício Takahashi, professor da área de finanças da Universidade Mackenzie, esse múltiplo também pode ser usado para a composição de uma carteira.

Um investidor que tem um horizonte de muito longo prazo pode olhar as empresas que possuem um P/L mais alto em relação aos seus pares. Já para quem tem um horizonte de médio prazo, pode fazer o contrário.

Ainda considerando o contexto do investimento, Takahashi lembra que um cenário de menor liquidez tende a fazer esse múltiplo entre preço e lucro cair, mesmo que não tenha ocorrido uma mudança nos fundamentos da empresa.

Da mesma forma, os juros altos também podem influenciar no preço da ação. Se houver uma migração para a renda fixa, o múltiplo é reduzido sem que ocorra uma alteração nos fundamentos da empresa.

“O múltiplo P/L é só um primeiro passo, um indicativo para começar a avaliar um investimento. É como o metro quadrado para quem vai comprar um imóvel”, diz Takahashi.

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