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Ranking de investimentos: ações lideram ganhos em março, com Bolsa em alta de 6%

Na lanterna, o dólar teve o pior desempenho no mês, com recuo de 7,8%

Foto: Shutterstock

Juros em alta e uma guerra na Europa da qual ainda não é possível saber quais serão as consequências econômicas. É nesse cenário improvável que as ações se destacaram como o melhor investimento do mês – e também do acumulado do ano. O maior ganho ficou com o índice de dividendos, com alta de 10%; e o Ibovespa, o principal do mercado, subiu 6,06% em março. Na lanterna, o dólar recuou 7,8%.

No acumulado dos três primeiros meses do ano, também foram as aplicações em ações que se deram melhor. Dessa vez, o destaque também é do IDIV, índice que reúne as ações de empresas maiores pagadoras de dividendos, que subiu 15,48%. Na lanterna, o índice de BDRs, que reucou 19,33%, influenciado pela queda do dólar no período (-15,10%).

“De forma geral, o mês de março foi positivo para todas as classes de ativos. Também temos os juros em dois dígitos, o que dá uma boa relação entre risco e retorno para a renda fixa”, diz Sandra Blanco, estrategista-chefe da Órama Investimentos.

ranking investimentos março

O movimento de valorização das ações brasileiras e do real estão atrelados ao mesmo fator: o fluxo de investidores estrangeiros para o Brasil. No ano até o dia 29 de março, esse grupo colocou R$ 92,669 bilhões na B3, já se aproximando de todo o valor aportado em 2021 (R$ 102,337 bilhões).

Esse interesse do estrangeiro pelo Brasil está ligado ao carry trade, que é o movimento de pegar recursos em um país com juros mais baixos, como os Estados Unidos, para um local em que a taxa é mais elevada – a Selic está em 11,75% ao ano.

Adicionalmente, a guerra na Ucrânia impulsionou os preços das commodities no exterior, beneficiando empresas produtoras de matérias-primas, como Vale e Petrobras.

“O que movimentou foi a força da entrada dos estrangeiros e a valorização das commodities no exterior. Isso nos favoreceu”, diz Michael Viriato, estrategista da assessoria de investimentos Casa do Investidor.

Mas se foi o estrangeiro que ajudou os índices de ações a subirem, a taxa Selic atraiu os investidores brasileiros à renda fixa. Enquanto os fundos de ações acumulam um resgate de R$ 29,7 bilhões no ano, os de renda fixa já captaram R$ 128,2 bilhões, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados de Capital e Financeiro (Anbima), considerando a movimentação até o dia 28 de março.

Arte ranking investimentos

Aposta na Bolsa?

Apesar da alta expressiva do Ibovespa no mês e no ano, o momento é de atenção.

Uma das razões é que o movimento de alta foi motivado pelo fluxo estrangeiro, que é mais volátil, ou seja, da mesma forma que entrou rápido, pode sair rápido.

Um segundo fator é a eleição presidencial, em outubro, que tradicionalmente aumenta a volatilidade nos mercados.

Na avaliação de Blanco, a melhor relação entre risco e retorno continuará sendo dada pela renda fixa, em um cenário que os juros se encaminham para quase 13% ao ano. No entanto, o Ibovespa ainda tem espaço para ganhos no ano.

“A renda fixa oferece um risco menor e o retorno está em dois dígitos, mas a Bolsa pode ser utilizada para incrementar o retorno da carteira para o investidor que tem uma visão de médio e longo prazo”, explica.

A Órama projeta que o Ibovespa irá terminar o ano aos 130 mil pontos, o que indica um ganho de mais 8,3% até dezembro.

Já para o investidor que prefere tirar proveito apenas das oportunidades de renda fixa, Viriato sugere os títulos corrigidos pela inflação para os investimentos com horizonte de longo prazo (acima de cinco anos).

“Para o curto prazo, ou seja, um ou dois anos, o ideal é fazer um misto de pós-fixado e papéis corrigidos pela inflação”, explica.

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