Para a grande maioria dos brasileiros comprar um imóvel é um sonho passado de geração em geração. Muitas vezes seguimos uma linha de raciocínio como nossos pais: alugar uma casa até conseguir o dinheiro para comprar uma no próprio nome.
No entanto, a realidade é bem diferente. Ter uma propriedade não é tão fácil quanto parece, já que possui um alto custo e não condiz com o poder de aquisição de grande parte dos brasileiros. Por isso, a solução mais óbvia vem do banco, com a promessa de financiar sua sonhada residência com os “menores juros” do mercado.
Isso pode ser um grande problema, uma vez que o financiamento tem alta taxa de juros. Em quase todos os casos não vale a pena como o esperado e há a possibilidade de você pagar, no final do contrato, o dobro do valor financiado.
Geralmente, o empréstimo possui uma extensão longa, entre 20 e 30 anos. A Caixa Econômica Federal, por exemplo, pode financiar um imóvel em um prazo máximo de 35 anos ou 420 meses.
Recentemente, a Caixa solicitou ao Banco Central para que ocorra a mudança de indexador no contrato de financiamento, de TR (Taxa Referencial) para IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Você pode saber mais sobre o assunto clicando aqui.
“Financiei! Agora a casa é minha?”
Um grande erro coletivo é achar que, ao adentrar no financiamento imobiliário, o apartamento ou casa passa a ser seu de imediato. Muito pelo contrário: você “alugará” o dinheiro para comprar o imóvel e, caso não termine de pagá-lo, a propriedade ficará com a instituição financeira que o custeou. A Nathalia Arcuri, criadora do canal Me Poupe!, esclarece dúvidas em relação ao tema proposto em um dos seus vídeos educacionais.
Vale lembrar que existe um senso comum de que a compra de um imóvel é sinônimo de investimento, mas não é bem assim. Alguém que more na mesma propriedade financiada não ganhará dinheiro com essa operação, logo não terá um rendimento. Na verdade, essa pessoa vai ter muito mais gastos, se considerarmos as dívidas fixas como energia e água, o que pode levá-la a uma bomba de endividamentos (conhecido como passivo financeiro).
O Me Poupe! exemplificou um caso de alguém que adquiriu uma residência no valor de R$ 94 mil há 25 anos (em 1994). O imóvel poderia valer hoje cerca de R$ 2 milhões, mas a venda da casa provavelmente perderia valor, já que se trata de algo concreto. Isso quer dizer que existe uma possibilidade de desvalorização. Mas se a mesma quantia fosse aplicada em algum investimento com baixo risco, hoje o rendimento estaria avaliado em quase R$ 4 milhões. Isso mesmo que você leu!

A compra da residência será vantajosa se:
- Vender rápido
- Vender pelo preço valorizado
- Souber o que fazer com o dinheiro

Por isso que alugar um imóvel não é um bicho de sete cabeças como muitas pessoas falam. Claro que para compensar o dinheiro gasto será necessário aplicar uma parte em algum tipo de investimento e, dessa forma, ter um rendimento no futuro.
Esse processo de escolher o prazo em que seu dinheiro ficará investido se chama Horizonte de Investimento. Para saber mais, clique aqui.
De acordo com Mauro Calil, especialista em investimentos do banco Ourinvest, não existe só uma realidade. Para quem constituiu o início de uma família, por exemplo, a compra de uma residência faz mais sentido do que para uma pessoa solteira que planeje viajar a estudo.
Mas, se mesmo assim você decidir financiar um imóvel, existem dicas importantes para seguir à risca. Um preço razoável de entrada diminui o número e o valor das parcelas, o que pode fazer uma diferença grandiosa mais para frente. Especialistas financeiros recomendam que o ideal da quantia seja de, pelo menos, a metade do preço da residência.
Há outras considerações relevantes:
- Pesquisar financiamentos
- Saber o custo total
- Considerar o impacto na renda
- Tentar quitar o mais rápido possível
Também podemos listar dicas para quem vai alugar uma casa ou apartamento:
- Saber quanto pode gastar
- Aproveitar para investir – a sugestão é aplicar em investimentos conservadores e de baixo risco, como o Tesouro Direto ou em títulos privados, como o CDB. Os fundos imobiliários também são uma boa opção, já que acompanham o ritmo do mercado de imóveis
Mas, afinal, como decidir onde morar?
O local do imóvel pode ser um ponto muito importante no quesito financeiro. Morar perto do trabalho, por exemplo, pode ajudar a economizar dinheiro com transporte e comida. Dessa forma, mesmo pagando aluguel, ainda seria compensável em certo ponto.
No entanto, é bom lembrar que o aluguel perto do serviço tem uma vantagem ante a compra. A empresa na qual você trabalha pode mudar de localização e, assim, quem aluga um imóvel pode acompanhar a mudança. O mesmo não se aplica à compra, já que imóvel não possui boa liquidez, ou seja, não é fácil vendê-lo – além de ter um processo mais complicado.
Além do mais, também existe a possibilidade de você mudar de serviço e, dessa forma, se ajustar ao novo emprego. Você poderia procurar por outro imóvel mais perto do trabalho e, assim, não ter que iniciar todo o processo demorado de venda.
Por isso que a decisão de onde você vai morar influencia também seus investimentos. Quanto mais você gastar com um imóvel, menos sobrará para aplicar em algum ativo, fundo ou outra opção. Tudo tem que ser planejado para cada caso. Lembre-se disso!
Garagem é importante?
Um levantamento do Sindicato da Habitação do Rio de Janeiro (Secovi RJ) mostrou que uma vaga de estacionamento pode valorizar um apartamento em mais de 20%. Ou seja, afetará diretamente no seu bolso – tanto para quem comprar o imóvel quanto para quem vai alugá-lo.
Um estudo da Uber, aplicativo de transporte particular, revela que mais pessoas se interessam pela alternativa de mobilidade ao carro próprio, já que existe manutenção constante, além de gastos fixos, como o combustível e IPVA (Imposto sobre Propriedades de Veículos Automotores ).
Então é importante estudar muito antes de tomar a decisão final. Uma pergunta que você deve fazer durante o processo é:
- Será que vou ter um carro mais para frente?
A mesma ideia vale para quem possui automóvel e não tem vaga de garagem, já que dessa forma vai ter que alugar um espaço para guardá-lo.
Você está passando por esse processo entre financiar ou alugar um imóvel? Deixe seu comentário e fique por dentro das notícias sobre o mercado com o TradeMap!