Falha no sistema da corretora é o que mais leva investidor a pedir compensação por perdas à B3

O principal motivo que faz o investidor solicitar ressarcimentos à Bolsa é a falha nos sistemas de negociação das corretoras, mostra levantamento divulgado nesta terça-feira (11) pela BSM Supervisão de Recursos, órgão de autorregulação da B3.

Quando o investidor se sente lesado, ele recorre ao MRP (Mecanismo de Ressarcimento de Prejuízo), um fundo da Bolsa que cobre as perdas geradas por problemas nas corretoras.

Das 584 reclamações recebidas pelo MRP em um período de 12 meses encerrados em setembro, uma fatia de 34,59% é em relação a possíveis falhas nas plataformas de negociação.

Outra situação que responde por uma fatia elevada dos pedidos está relacionada às ordens, que é quando a corretora executa uma operação de compra ou venda que não atende ao que o investidor pediu (24,7%).

O valor máximo de ressarcimento do MRP é de R$ 120 mil e, para ter direito, o investidor precisa provar que foi lesado. A solicitação pode ser feita em até 18 meses após o ocorrido.

Segundo a BSM, o valor médio das solicitações é de R$ 19,3 mil. Ao todo, foram 525 pedidos de ressarcimento entre outubro de 2021 e setembro de 2022, totalizando R$ 10,2 milhões. Outros 59 pedidos não estão nessa conta porque o valor é superior ao limite dos R$ 120 mil.

Já os ressarcimentos efetivamente pagos no período totalizaram R$ 770,8 mil para 48 investidores, o equivalente a uma média de R$ 16,1 mil.

Como pedir o ressarcimento?

Se o investidor avalia que foi lesado pela corretora, ele precisa estar preparado para provar que houve uma falha na prestação de serviços.

“O investidor precisa detalhar o ocorrido e apresentar provas como fotos, capturas de tela e gravações de ligações telefônicas que comprovem a falha no home broker, além de justificar que buscou, sem sucesso, atendimento pelos canais alternativos disponíveis”, explicou, em nota, André Demarco, diretor de autorregulação da BSM.

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A BSM orienta que o investidor tenha conhecimento de quais são os canais alternativos de comunicação com a corretora, como e-mail e telefone. Em caso de instabilidade ou interrupção dos serviços de negociação, esses canais devem ser acionados.

É recomendado que o investidor anote o horário das tentativas de comunicação e eventuais números de protocolo. É também importante que o investidor faça a captura da tela em que mostre a falha da execução da ordem ou alguma outra instabilidade que esteja afetando suas operações.