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Copa do Catar: qual moeda os turistas brasileiros devem levar e onde comprar

Vendas da moeda do Catar, o rial, tiveram crescimento de até 55% em setembro e procura deve se intensificar em novembro

Ana Paula Ribeiro

Ana Paula Ribeiro

Foto: Shutterstock

A pouco mais de um mês para a Copa do Mundo no Catar, com início previsto para 20 de novembro, os turistas brasileiros começam a intensificar a procura pela moeda do país-sede do evento: o rial catarense.

A expectativa das corretoras de câmbio é que a procura pela moeda do Catar deva se intensificar agora no fim de outubro e início de novembro com a aproximação do início do mundial. O aumento da demanda fez com que a moeda se valorizasse 3,43% nos últimos 30 dias – era cotada nesta quinta-feira (13) a R$ 1,4565 segundo o Banco Central.

Essa cotação considera o câmbio comercial, que tem um valor pouco abaixo do câmbio turismo.

gráfico do rial catarense frente ao real

 

São esperados cerca de 1,2 milhão de turistas na Copa do Mundo do Catar. Segundo Edson Passarelli, superintendente executivo do Banco Safra, as companhias aéreas informaram que já foram vendidas cerca de 20 mil passagens do Brasil para o Catar para viagens que serão feitas durante o mundial.

Embora seja possível trocar dólares por rial catarense no país sede da Copa, os especialistas recomendam que os turistas brasileiros levem pelo menos um pouco de rial do Brasil para pagar as despesas iniciais, como táxi e gastos do primeiro dia de viagem, já que a maioria dos lugares não aceita moeda estrangeira.

“É importante o turista ter um pouco de moeda local quando chegar ao destino e depois ele avalia se deve levar dólares ou todo dinheiro necessário em rial”, diz Eduardo Campos, diretor de câmbio do banco Daycoval.

Segundo Campos, é mais vantajoso para os turistas brasileiros levarem dólares e trocarem por rial em casas de câmbio e bancos no Catar.

“A gente paga caro para trazer a moeda do Catar para o Brasil, que vem pelos Estados Unidos. Então, a taxa de câmbio pode sair um pouco mais vantajosa lá, mas é conveniente para o turista brasileiro chegar com um pouco de moeda local no Catar porque eles não aceitam outra divisa lá como forma de pagamento”, diz Campos.

Fabrizio Velloni, chefe da mesa de câmbio da Frente Corretora, também acredita que o melhor é levar a moeda do Catar para os gastos de início de viagem. Para quem quer levar apenas o rial, o executivo lembra que o turista precisa evitar voltar com essa moeda para o Brasil.

“Diferente do dólar ou euro, o turista vai ter problema se trouxer rial de volta ao Brasil. Não é uma moeda demandada e o desconto para vendê-la será muito grande”, diz.

A Frente já começou a venda de rial catarense, mas o volume ainda não ultrapassou o equivalente a US$ 40 mil.

Alexandre Fialho, diretor da corretora Cotação, lembra que o turista que irá comprar dólares no Brasil para trocar por rial no Catar estará sujeito a dois “spreads”, já que as corretoras colocam uma margem de ganho em cada operação de câmbio que fazem.

“É um custo de arbitragem porque é uma operação de câmbio a mais, por isso é importante levar boa parte do dinheiro em moeda local”, diz.

A mesma linha de raciocínio tem Passarelli, do Safra, para quem é melhor levar a quantidade necessária da moeda do Brasil para não ter surpresas com o câmbio no Catar.

Tudo para a última hora

O executivo do Safra espera que a procura pela moeda do Catar se intensifique em novembro. O banco negocia o rial no Brasil desde maio, após um acordo com o Bank of America para adquirir a moeda.

“Em geral, o aumento da procura costuma se intensificar nos últimos dois meses antes da viagem”, diz Passarelli.

Já a Cotação fez compras do rial pela primeira vez na história, mas Fialho não revelou o valor que já foi comprado. Segundo ele, a expectativa é que as vendas se intensifiquem a partir do final do mês.

“Essa é uma característica do brasileiro. Primeiro ele acerta a passagem e hotel para depois comprar a moeda”, conta.

A opção da compra da moeda do Catar só está disponível em espécie. Na Cotação não é possível comprar um cartão viagem com o rial. A alternativa seria um cartão viagem em dólar ou euro. O turista pode usar esse cartão no exterior, mas está sujeito à taxa de conversão do dia da compra ou saque.

A corretora Travelex Confidence aconselha os turistas brasileiros a levarem o rial do Brasil, já que alguns estabelecimentos no Catar podem não aceitar o dólar.

Quanto custa o rial

No caso da compra da moeda em espécie, é cobrada um spread sobre o câmbio comercial além da tarifa de 1,10% de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Essa taxa é menor que a cobrada nas compras de moedas por meio de cartão pré-pago ou em operações com cartão de crédito, que é de 6,38%.

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No Banco Safra, o rial catarense estava sendo vendido a R$ 1,77 no dia 13 de outubro e na Travelex Confidence, a moeda era negociada a R$ 1,72.

Já no Daycoval, a cotação da moeda do Catar saía por R$ 1,76. Na corretora Cotação, que pertence ao Banco Rendimento, o rial estava sendo negociado a R$ 1,73. Todas as cotações já consideram o IOF.

Segundo Campos, do Daycoval, o turista brasileiro pode levar um pouco de rial em espécie e o equivalente à maior parte dos gastos em dólar no cartão pré-pago para trocar pela divisa local no Catar.

“Embora a taxa de IOF seja maior no cartão pré-pago, a vantagem é que ele pode trazer o câmbio com antecedência e não ter surpresas com o cartão de crédito”, diz Campos.

Passarelli, do Safra, afirma que embora a moeda do Catar não tenha oscilado muito, o turista pode ir comprando a moeda aos poucos até a data da viagem para fazer um câmbio médio.

Já a corretora Travelex Confidence alerta que, por ser uma moeda pouco negociada, as reservas de compra do rial estão sendo atendidas sob demanda e indica aos clientes programarem a compra com antecedência, pois pode não haver a divisa para pronta entrega.

A sugestão da Travelex Confidence é que os clientes diversifiquem e levem 70% dos recursos que irão utilizar em moeda em espécie e 30% no cartão pré-pago.

Quanto levar para a Copa no Catar

O custo da Copa no Catar não vai sair barato para os turistas brasileiros. O custo do investimento, considerando um pacote de viagem com estadia por sete dias, passagem aérea e ingressos para os jogos do Brasil já inclusos chega a variar de R$ 38 mil a R$ 166 mil, dependendo das partidas e lugares nos estádios, segundo estimativa considerando os pacotes da Fifa (Federação Internacional de Futebol).

Passarelli, do Safra, recomenda aos turistas brasileiros levarem o equivalente a US$ 150 por pessoa por dia para gastos no Catar com alimentação, transporte e outras despesas.

Esse é o mesmo valor recomendado por Velloni, da Frente Corretora. Para ele, o padrão de custos no Catar é semelhante ao de Nova York (EUA) e por isso o turista deve considerar um desembolso maior para os gastos diários.

O custo no Catar de alguns itens é mais caro que no Brasil. Uma lata de cerveja, por exemplo, chega a custar US$ 10, afirma Campos, que recomenda aos turistas brasileiros levarem o equivalente a US$ 200 por dia por pessoa.

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A venda e o consumo de álcool são proibidos em lugares públicos no Catar e estará liberada apenas em pontos específicos durante a Copa, como áreas da Fifa Fan Fest, com horário restrito.

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