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Como balancear minha carteira com eficiência?

Parece fácil, mas dá um pouco de trabalho. Um trabalho mais emocional e comportamental do que de operação e racional em si

Um dos pontos mais importantes e que infelizmente os investidores só se dão conta depois de alguns anos de bolsa é a necessidade de diversificação – e mais amplamente de balanceamento e rebalanceamento da carteira de ativos financeiros.

O investidor iniciante (e talvez você seja um deles), ainda não consegue enxergar o risco dos investimentos e pensa apenas no retorno que o investimento pode trazer. Quando você está nesse mundo 1R (apenas Retorno), a diversificação seria desnecessária. Basta você investir todo o seu dinheiro naquele ativo que você considera que tem maior potencial de crescimento. Se quiser, divide em dois ativos e pronto.

Leia também: Operar opções é diferente de operar ações, mas não é coisa de outro mundo

A teoria acima é a maior possibilidade de resultado binário que existe. Ou você terá um sucesso fenomenal, “acertando” os resultados, ou você terá um fracasso tremendo, errando as ações escolhidas. Ou seja, o racional das pessoas que saem da bolsa e dizem que ela é cassino depois de um ou dois investimentos desse tipo. 

Aqui incluímos os investidores que consideram que possuem pouco tempo para acumular e querem desfrutar sem passar por um longo período de acumulação. Infelizmente, o que já ficou comprovado é que, ao longo das décadas e séculos, as economias crescem, as tecnologias mudam e as cifras tornam-se cada vez maiores em negócios, proporcionando um crescimento para o seu patrimônio que não depende de outra pessoa perder, ou seja, não é um jogo de soma zero.

O investidor que entende esse racional da diversificação e investe em no mínimo 10 ativos, por exemplo, muito provavelmente após 5 anos, vai perceber que errou em 2 ou 3, e que 3 ou 4 tiveram altas fortes. Alguns ficarão andando de lado e aí entra uma das nossas maiores aliadas da diversificação, a assimetria positiva.

Assimetria no mercado à vista de ações é o seguinte: o seu limite de perdas na ação que você comprou é de 100%, ou seja, se ela cair de qualquer valor para zero; em compensação, uma ação tem um limite infinito de alta. Lembro de ter recomendado, em 2017, a PetroRio em um preço ajustado de R$ 6,20. Recentemente, as ações bateram R$ 100,00, cerca de 4 anos depois, um crescimento de 1.500%. Pena que muitos não aproveitaram a alta toda.

Para a assimetria ser completa e você aproveitar o máximo upside de uma ação, é importante que você estude e entenda bem como a empresa gera valor aos acionistas e sua capacidade de continuar a gerar esse caixa no futuro.

Vamos à prática…

Mas, voltando à carteira inicial de 10 ativos, veja que, mesmo que você tenha errado 9 ativos e tenha acertado a PetroRio com alta de 1.500%, você ainda sim teria um ótimo resultado mínimo de 50% em menos de 4 anos, suplantando o Ibovespa. Sim, você teria errado a escolha de 90% das ações e ainda ultrapassaria o principal índice da B3.

Veja que o longo prazo nos dá duas vantagens muito interessantes: o crescimento da economia, que valoriza ativos de renda variável ao longo de décadas, e a assimetria positiva, que ficará mais clara nos ativos que você acertou.

E, por fim, entra o terceiro ponto que é o balanceamento e rebalanceamento da carteira. Veja abaixo.

Balanceamento e rebalanceamento

Se você tem uma carteira com 10 ativos e resolveu colocar 10% em cada ativo, provavelmente daqui a um ano, os ativos terão percentuais diferentes em sua carteira. Se por acaso você investir em uma ação com uma valorização explosiva de 300% nesse período, como tivemos nos últimos 10 meses com a Locaweb ou com a Taurus, estas passarão a representar um percentual superior a 25% e talvez superior a 30% da carteira cada uma.

Combinadas, representarão metade da carteira ou mais e aí você começa a pecar pela falta de diversificação que foi o primeiro ponto que abordamos aqui. Então, em certos momentos, pode ser semestralmente ou anualmente, sem tomar muito tempo, realizamos um rebalanceamento da estratégia para que não fiquemos com tanto risco nessas ações que já subiram.

Este assunto é tão interessante que, a partir daí, podemos acrescentar não apenas o rebalanceamento eficiente da sua carteira de ações, mas também da sua carteira de ativos como um todo (Fundos Imobiliários, Fundos de Investimentos, Ativos no Exterior, Renda Fixa). Um balanceamento que, na minha visão, é bastante eficiente está descrito na tabela abaixo:

Classes de ativos

Investidor Agressivo

Ações

35%

Fiis

15%

Fundos de Investimento

10%

Ativos no Exterior

17%

Renda Fixa

20%

Outros (Ouro, Bitcoin, opções e etc…)

3%

Elaborado por Dica de Hoje Research

O seu trabalho é apenas de, mensalmente, realizar seus aportes e, semestralmente, adequar os percentuais de cada uma dessas classes de ativo realizando o rebalanceamento inteligente.

Parece fácil, mas dá um pouco de trabalho. Um trabalho mais emocional e comportamental do que de operação e racional em si. Com alguns anos de investimentos, você irá entender isso perfeitamente.

 

Abraços e bons investimentos!
Daniel Nigri (analista CNPI)

Nenhum dos ativos citados no texto são recomendações de compra ou venda. Eles foram recomendações da nossa research no passado e podem ou não se adequar ao presente.

Foto: Unsplash

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