Crianças com educação financeira estão à frente

A educação financeira para crianças tem um poder de transformação na medida em que oferece o conhecimento que pode trazer saúde financeira para as famílias

Enquanto a maior parte da população brasileira não teve educação financeira na infância, cresce o número de inadimplentes e endividados no país.

De acordo com dados do Serasa Experian, no início de 2020 o Brasil contava com 63,8 milhões de inadimplentes, o equivalente a 40,8% da população adulta do país. Cerca de 80% dos brasileiros não tiveram educação financeira até os 12 anos de idade e, da porcentagem que teve acesso a esse conhecimento, 42% aprendeu com os pais.

Esses dados servem para evidenciar a falta que a educação financeira faz na vida pessoas, seja na escola ou seja dentro de casa.

Muitas vezes os pais evitam falar sobre dinheiro com os filhos, mas, ao invés de protegê-los, eles podem acabar por transformá-los em adultos que não sabem lidar com dinheiro.

A educação financeira para crianças tem um poder de transformação na medida em que oferece o conhecimento que pode trazer saúde financeira para as famílias.

O processo de aprendizado é feito de tentativa e erro. Portanto, não seria melhor que nossos pequenos aprendessem sobre os erros na base educacional?

Primeiros passos…

Segundo a FORME Educação Financeira, antes da matemática financeira, que são os juros compostos ou até mesmo investimentos, as crianças devem aprender sobre comportamento e atitudes.

Uma das ferramentas mais utilizadas na educação financeira para crianças é o sonhar.

Esse tema é tratado como ponto crucial para desenvolver a educação financeira comportamental com as crianças, pois o ponto de partida na vida do ser humano tende a ser sempre os sonhos e como fazer para realizá-los.

A FORME é especializada em implementação da educação financeira para crianças de 3 a 5 anos nas escolas de ensino infantil, e eles utilizam 4 pilares principais na sua metodologia que são: sonhar, fazer, cuidar e multiplicar.

Eles informam que o nível de endividamento entre os jovens de 18 a 24 anos chegou, em 2019, a 4 milhões, segundo dados do SPC.

Grande parte disso se deve ao pertencimento social: os jovens crescem com a visão de “ter” para “ser” e acabam se envolvendo em dívidas de longo prazo para terem o celular ou roupa do ano.

A educação financeira não te priva de ter os bens, mas sim de como você vai fazer para chegar até os seus objetivos de forma estruturada e financeiramente estável.

Faça na prática

Um exemplo de atividade é o famoso cofrinho: a partir dos três anos de idade, você pode começar a dar pequenas quantias de dinheiro para os seus filhos (uma moeda de um real, por exemplo) e explicar que eles podem usar aquilo para conquistarem os seus sonhos.

É importante, já a essa altura, explicar a necessidade de escolher entre uma coisa e outra, não sendo possível ter as duas ao mesmo tempo. É o que na economia chamamos de custo de oportunidade.

Um cofrinho pode ser uma boa introdução ao hábito de poupar, mas opte por cofres transparentes. Os cofrinhos tradicionais não exercem o mesmo apelo visual para as crianças; elas não vêm a quantidade de dinheiro aumentando lá dentro e o ensino precisa ser visual (lúdico) nessa idade.

Você também pode ter um cofrinho só seu para ir poupando. Afinal, como em tudo, os filhos sempre se inspiram no exemplo dos pais.

Conversar com o(a) companheiro(a) sobre as despesas da casa perto dos seus filhos também é uma boa forma de mostrar para as crianças que economia e planejamento financeiro são um hábito para toda a vida.

Crianças que aprendem educação financeira na sua infância crescem e viram adultos que conseguem sonhar, planejar e conquistar tudo o que almeja, independente do prazo que isso leve.

Afinal, resiliência, frustração e persistência também fazem parte da educação financeira, e depois de tudo isso as crianças podem aprender sobre matemática financeira que envolve juros compostos ou investimentos.

Este artigo foi produzido pela FORME Educação Financeira.

Foto: Unsplash

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