Vibra (VBBR3): novo CEO reduz incertezas e pode trazer inovação, dizem analistas; ação sobe

Ernesto Pousada irá assumir o comando da empresa após a renúncia de Wilson Ferreira Jr., em julho

Foto: Shutterstock/Nick Photoworld

Na noite da última segunda-feira (28), a Vibra (VBBR3) anunciou que seu conselho de administração elegeu Ernesto Pousada como novo CEO (Chief Executive Officer), após a renúncia de Wilson Ferreira em julho. A escolha de um novo líder reduz as incertezas em torno da condução da empresa, e a longa experiência de Pousada pode trazer inovação para a companhia, dizem analistas.

Em primeiro lugar, afirma a Ativa Research, em comentários ao mercado após o anúncio, a notícia é positiva para a Vibra, “uma vez que retira as dúvidas que pairavam com a sucessão no comando da empresa”.

No pregão seguinte ao anúncio, as ações da Vibra eram negociadas em alta de 1,75% às 14h10 desta terça-feira (29), a R$ 16,32.

Apesar de não ter experiência nos setores de distribuição de combustíveis e energias renováveis, Pousada tem uma carreira de mais de 30 anos em cargos de gestão, especialmente nos segmentos de petroquímicos e transporte.

Mais recentemente, o executivo atuava como CEO da VLI, uma companhia de logística que tem a Vale (VALE3) e a Brookfield como suas principias acionistas. Antes da VLI, Pousada atuou como COO (Chief Operating Officer)  na Suzano, além de ter ocupado cargos de destaque da Dow Chemical e na Ingredion.

Esse histórico, na avaliação de Frank McGann e Leonardo Marcondes, analistas do Bank of America, faz com que o anúncio seja interpretado como neutro. “Sua ampla experiência pode trazer insights valiosos para a Vibra, e esperamos que o mercado olhe seus movimentos estratégicos de perto”, afirmam, em relatório de segunda-feira.

“Embora nos pareça que o escolhido não possui um viés ao setor energético, como Ferreira Jr. e o próprio Natal (André, CEO interino), a escolha de Pousada nos parece na direção correta de enviar ao mercado a mensagem de continuidade após todas as aquisições ocorridas ao longo dos últimos três anos”, destaca a Ativa.

Segundo o fato relevante, Pousada irá assumir o cargo em 1º de fevereiro de 2023, com um mandato de dois anos. Até lá, André Natal continua ocupando o cargo interinamente .

Tanto o BofA quanto o Goldman e a Ativa têm recomendação de compra para as ações da Vibra, com preços-alvo de, respectivamente, R$ 26, R$ 25,10 e R$ 29. No fechamento de ontem o papel da companhia era cotado a R$ 16,04.

Na avaliação do BofA, a companhia está posicionada para performar bem em um ambiente desafiador. Além disso, a demanda crescente, as iniciativas de corte de custo, o fortalecimento da estratégia comercial e a diversificação de portfólio em direção a combustíveis limpos e energia renovável devem sustentar o crescimento no médio e longo prazo.

Bruno Amorim, João Frizo e Guilherme Costa Martins, do Goldman, acrescentam que a companhia vem sendo negociada a preços atrativos, o que, combinado com o potencial de expansão de margens, sustenta a recomendação de compra.

Já os maiores riscos para a Vibra dizem os analistas do Goldman, também no relatório, são níveis de atividade econômica menores do que o esperado, implementação mais lenta dos cortes de custo propostos, preços de petróleo mais altos e intervenção governamental nos preços da gasolina e do diesel.

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