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Venda bilionária da Rumo (RAIL3) mostra esforço para preservar caixa e ação sobe mais de 4%

A venda feita pela companhia gerou reações positivas por parte dos analistas de Goldman Sachs, BTG Pactual e XP

Foto: divulgação

O anúncio feito nesta segunda-feira (18) pela Rumo (RAIL3), de que a empresa vendeu 80% do seus terminais de elevação portuária em Santos pelo valor de R$ 1,4 bilhão, revela o esforço da companhia para preservar caixa e se preparar para um novo ciclo de investimentos para os próximos 10 anos, avaliam analistas do mercado.

Por volta das 13h55, a ação da Rumo reagia bem à notícia e estava entre as maiores altas do Ibovespa, com valorização de 4,11%, a R$ 15,97.

Em relatório distribuído a clientes para comentar a transação, o Goldman Sachs afirmou que a operação cria espaço no balanço da empresa para o próximo ciclo de investimentos, principalmente quando se trata da expansão da ferrovia Lucas do Rio Verde. “Vemos esse movimento como estratégico e positivo”, escreveram os analistas Bruno Amorim, João Frizo e Guilherme Costa Martins, que reiteraram a recomendação de compra da ação da Rumo, com preço-alvo de R$ 20, valorização potencial de 30,4%.

Com a operação, a Rumo passou 80% da Elevações Portuárias (EPSA) para Corredor Logística e Infraestrutura (CLI). A EPSA opera e controla os terminais T16 e T19 no Porto de Santos (SP) e, segundo a Rumo, os atuais contratos vigentes com clientes serão preservados mesmo após a venda.

Os maiores clientes da Rumo no setor de elevação portuária incluem Raízen, Sucden, Engelhart, COFCO, Czarnikow e Louis Dreyfus. A Rumo, vale lembrar, tem o grupo Cosan como principal acionista, que também é dono da Raízen.

Para a XP Investimentos, o movimento da Rumo está em linha com a estratégia da empresa e do grupo Cosan de preservar o caixa e focar nas operações essenciais em meio ao atual ambiente de inflação alta e juros elevados.

Os analistas Pedro Bruno e Lucas Laghi, da XP, avaliam que o valor da transação pareceu atrativo. Enquanto o valor de mercado da Rumo é 10 vezes superior ao caixa que gera em um ano, os ativos vendidos foram negociados a um preço 14 vezes superior ao caixa que geram em um ano.

“E a Rumo continuará participando da governança do ativo por meio de seus 20% restantes”, ressaltam os analistas, que reiteraram a recomendação de compra do papel da empresa, com preço-alvo de R$ 22, uma valorização potencial de 43,4%.

Os analistas do BTG Pactual que acompanham a empresa, Lucas Marchiori e Fernanda Recchia, também gostaram da transação e disseram, em relatório, que a Rumo mostra capacidade em “levantar caixa” em um momento de maior custo de capital, preparando-o para o grande ciclo de investimentos que antecede o projeto Lucas do Rio Verde.

“O negócio vai injetar um dinheiro vital na Rumo, que registrou dívida líquida de R$ 9,5 bilhões, ou 2,7 vezes o Ebitda de um ano”, disseram. Para o Goldman Sachs, a transação pode gerar uma uma redução de 15% na dívida líquida.

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