Diante de perspectivas pouco inspiradoras vindas da China, o Goldman Sachs revisitou suas expectativas para a Vale (VALE3) nos próximos meses, considerando um preço mais baixo para o cobre, o minério de ferro e um volume menor de vendas no futuro.
Com isso, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) da empresa no acumulado de 2022 será 9% menor que a projeção anterior, alcançando US$ 20,1 bilhões. Para 2023, o Goldman prevê um Ebitda de US$ 16,44 bilhões, uma queda de 17% ante a projeção anterior.
Em relatório publicado nesta terça-feira (1), a projeção para o minério de ferro, que impacta fortemente nos resultados da Vale tanto positivamente quanto negativamente, o Goldman vê o preço abaixo dos patamares do ano passado.
Para o banco, a tonelada da commodity deve permanecer ao redor US$ 85 no curto prazo. Em 2023, a expectativa é que o preço médio fique em US$ 100 por tonelada, acima do patamar atual de US$ 86,33.
Com o cenário desafiador à frente, o Goldman diminuiu o preço-alvo da ADR da Vale de US$ 13 para US$ 12,50, mas ainda se mantém neutro em relação ao papel, precificando o minério a US$ 89 por tonelada, segundo os analistas Marcio Farid, Gabriel Simoes e Henrique Marques.
“Esta é a primeira vez em muitos anos que a ação não está precificando com desconto à vista, o que chama nossa atenção, e acreditamos ser parcialmente explicado por investidores que recentemente reduziram o posicionamento antes de uma entrada de recursos prevista para o Brasil, além da recente posição acumulada da Cosan, que passou a deter 4,9% da companhia”, avalia o banco.
Resultados do terceiro trimestre
Como antecipado pelo mercado, o lucro líquido da Vale caiu no terceiro trimestre, na comparação do mesmo período do ano passado, como consequência de preços mais baixos do minério de ferro e custos de produção em alta.
De acordo com o balanço publicado pela mineradora, o lucro líquido do terceiro trimestre foi de US$ 4,45 bilhões, queda de 18,7% em relação ao mesmo período de 2021.
No trimestre, a companhia vendeu a tonelada de minério por US$ 92,6, valor 27,2% abaixo dos US$ 127,2 por tonelada do mesmo período do ano passado. O prêmio de qualidade do minério vendido pela Vale ficou estável, em US$ 6,6 por tonelada.