Vale (VALE3) figura entre as maiores quedas do Ibovespa após Itaú BBA rebaixar recomendação

O Itaú BBA é mais uma casa a rebaixar a recomendação da Vale (VALE3) e cortar o preço-alvo para ação ao fim do ano, após o preço do minério de ferro sofrer um baque nos últimos meses, diante da conjuntura econômica na China, que sofreu com as políticas de zero Covid.

Por consequência, a produção de minério de ferro por parte da mineradora deve diminuir, segundo o BBA.

Na prévia antes da divulgação dos resultados do segundo trimestre do ano, a própria empresa informou o mercado sobre essa queda na produção.

Na ocasião, a Vale explicou que a revisão das projeções para o ano se deve para garantir uma maior flexibilidade da produção, devido às condições atuais de mercado. Com isso, a produção de minério de ferro passou de 320 a 335 milhões de toneladas para o intervalo entre 310 e 320 milhões de toneladas em 2022.

Com mais uma visão negativa sobre a mineradora, os papéis recuavam mais de 2% nesta quarta-feira (17), figurando entre as maiores quedas do Ibovespa. Por volta de 11h39, o papel ordinário caía 2,23%, a R$ 68,38.

O BBA alterou a recomendação da Vale de compra para marketperform (equivalente à neutra), enquanto o preço-alvo para a ADR passou de US$ 20 para US$ 15, um upside de 10% em relação ao preço de tela. O preço-alvo do papel negociado por aqui foi para R$ 77, o que traz uma valorização também de 10%.

“Não esperamos uma produção forte de metal no país e estamos reduzindo nossas estimativas para o preço do minério de ferro para US$ 115 por tonelada este ano contra US$ 125 por tonelada antes. Em 2023, nossa expectativa é de US$ 90”, afirmaram os analistas Daniel Sasson, Edgard Pinto de Souza, Marcelo Furlan Palhares e Barbara Soares.

Diante desses números, o Itaú BBA vê retornos menores em dividendos nos próximos meses. A instituição financeira também diminuiu a projeção de Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, amortização e depreciação) para 2022 da mineradora em 21%, para US$ 23,15 bilhões.

Mais casas estão pessimistas com a Vale

Depois de a Vale divulgar a prévia operacional mostrando queda na produção e na venda do minério de ferro, quatro casas do mercado cortaram o preço-alvo para os papéis da companhia ao fim de 2022.

O J.P Morgan, por exemplo, reduziu o preço-alvo da ação de R$ 127 para R$ 109, enquanto o Goldman Sachs cortou a ADR de US$ 17 para US$ 15. Outras casas a reduzirem o preço-alvo foram Inter Invest e Genial Investimentos.

Relembre:

Quatro casas já cortaram o preço-alvo da Vale (VALE3) desde a prévia – o encanto acabou?

Além da queda de produção no segundo trimestre, os analistas dessas instituições também vislumbravam uma demanda menos aquecida para a commodity na China.