Ano novo, mandato novo. Em 2023, o governo Lula promete colocar em prática uma série de mudanças na economia e, consequentemente, nas empresas de controle público. As estatais devem ter um novo papel durante os próximos quatro anos.
Um dos grandes temas, que agitou o mercado ainda no ano passado, é a possível mudança na Lei das Estatais. A proposta com as alterações já foi aprovada na Câmara e está sob o crivo do Senado – embora haja pouca visibilidade sobre a votação acontecer em 2023.
As estatais listadas na Bolsa, como Petrobras (PETR4) e Banco do Brasil (BBAS3), são sensíveis a uma mudança na legislação, que deixou as empresas de controle estatal mais eficientes e com melhor governança desde que foi criada, em junho de 2016.
No entanto, as mudanças na Lei das Estatais que tramitam no Congresso viabilizam indicações do governo a alguns cargos nestas companhias.
E ainda que Petrobras e BB já tenham escolhido seus presidentes, a mudança nas regras pode trazer insegurança jurídica para o ambiente de negócios.

O indicado para a petroleira foi o senador Jean Paul Prates, que possui 25 anos de atuação no setor de energia. Ele possui duas empresas que atuam no segmento, o que pode ser um impedimento caso haja conflito de interesse, como determina a Lei das Estatais.
O mercado se pergunta como será a precificação dos combustíveis por parte da companhia. O PPI fez com que a empresa se adequasse à dinâmica do mercado global e garantiu o abastecimento local.
A política de investimentos também pode mudar, com a companhia voltando a alocar recursos em refinarias, após passar os últimos anos como os olhos voltados à extração de óleo em águas ultraprofundas, seu core business.
Do lado do Banco do Brasil, a presidente será Tarciana Medeiros, formada em administração e gestão, que é funcionária do banco há 22 anos. A preocupação gira em torno da pressão por juros subsidiados, o que pode trazer uma tendência negativa para o crédito na indústria.
Além dos dois maiores nomes de controle federal, junto a BB Seguridade (BBSE3), ainda há empresas públicas regionais no cerne do debate dos investidores, como Banrisul (BRSR6), Sabesp (SBSP3), Sanepar (SAPR11) e Cemig (CMIG4).
Para saber o que esperar das empresas estatais em 2023 em diante, confira na primeira TradeLive deste ano!