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UBS espera mais medidas de estímulo na China após dados fracos de abril

Banco não vê recessão nos EUA nos próximos 12 meses

Após dados mostrarem que em abril a atividade econômica da China ficou abaixo do previsto, o UBS espera o anúncio de mais políticas de estímulos por parte do governo do país nas próximas semanas na tentativa de impulsionar a economia.

A produção industrial da China caiu 2,9% em abril ante o mesmo período do ano passado, o pior desempenho desde o início da pandemia em 2020. As vendas no varejo do país caíram 11,1% no período, refletindo as medidas de restrição de mobilidade que voltaram a ser adotadas pelo governo chinês para conter o aumento de casos de Covid-19.

A China adota uma política de tolerância zero para a Covid-19 e o recente aumento de casos no país levou a novos fechamentos de fábricas e portos.

O investimento em ativos fixos da China recuou 6,8% nos quatro primeiros meses do ano frente ao mesmo período do ano passado, enquanto a taxa de desemprego subiu em 31 grandes cidades em abril, para 6,7%, acima da meta do governo de 5,5%.

Em relatório, o UBS afirma que Pequim provavelmente continuará combatendo a Covid-19 com lockdowns, o que pode ser percebido pelo aumento do número de distritos em que o regime de home-office está autorizado e pela campanha pública apoiando a atual estratégia de restrição da mobilidade.

“Os mecanismos de lockdown provavelmente permanecerão em vigor, configurando um segundo trimestre difícil”, diz o banco no documento.

O UBS afirma que uma das medidas de estímulo já anunciadas pela China no fim de semana – o corte na taxa de juros de hipotecas – é positivo, mas tem efeito limitado porque se aplica apenas a novas compras.

O banco recomenda aos investidores com exposição ao mercado de ações chinês que busquem papéis de setores cíclicos e empresas de valor, que são mais maduras e com mais caixa, além de companhias com programas de recompra de ações em vigor.

EUA devem escapar de recessão nos próximos 12 meses

O UBS também disse que os EUA conseguirão evitar uma recessão, apesar dos aumentos de juros no país, e que os lucros corporativos continuarão a crescer em 2022 e 2023. Os investidores, porém, precisarão ficar atentos aos dados de confiança do consumidor, dos setores industrial e de serviços e às vendas no varejo para confirmar esse cenário positivo.

“A maior confiança de que uma recessão pode ser evitada poderia melhorar o apetite a risco. Os dados econômicos recentes foram mistos ou negativos, com a economia dos EUA contraindo no primeiro trimestre, e a economia do Reino Unido apresentado desaceleração em março”, destaca o banco.

Os atuais níveis elevados de inflação, segundo o banco, aumentam a preocupação com a margens das empresas e com o gasto dos consumidores, que estão com orçamento mais apertado.

Nesse cenário, o banco recomenda uma posição tática (de curto prazo) em ações de setores mais defensivos, como o de saúde – o segmento farmacêutico, por exemplo, é tradicionalmente mais estável em períodos de crescimento lento ou de maior aversão a risco.

O banco continua preferindo ações de empresas mais maduras e menos dependentes de financiamento, e de commodities, dado o ambiente de inflação e volatilidade elevadas.

“Os mercados precisarão de mais dados para se sentirem confiantes de que a inflação está declinante. Entretanto, privilegiamos o posicionamento em ações que tendem a ter um desempenho superior em ambientes de alta inflação e taxas de juros em alta, notavelmente  de empresas de valor, incluindo ações globais do setor de energia, e dos mercados de ações no Reino Unido e Austrália”, aponta o banco em relatório.

O banco também continua com recomendação para exposição a commodities diante do risco de uma escalada na guerra na Ucrânia, que poderia trazer um novo salto nos preços.

“As notícias recentes de que a Finlândia irá se candidatar à adesão à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) provavelmente manterão as tensões elevadas no curto prazo”, apontou o banco.

O UBS mantém visão positiva para o dólar dado o cenário de fuga de ativos de maior risco.

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