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TradeMap Discovery: As oportunidades que PitMoney e Will Castro veem na Bolsa

Em um cenário de taxa de juros em alta, a renda fixa pode parecer a alternativa mais atraente para a maioria dos investidores. Essa, porém, não é a posição de Lucas PitMoney, influenciador e sócio da Inside Research, nem a de Will Castro Alves, estrategista-chefe e sócio da Avenue.

Durante o painel “Maiores oportunidades da bolsa”, do evento TradeMap Discovery, na noite de terça-feira (17), os especialistas defenderam a visão de que o momento de queda generalizada nas Bolsas de valores abre uma série de oportunidades para investimentos.

Em primeiro lugar, Castro aponta que as quedas recentes não têm a ver com os fundamentos por trás dos ativos, mas sim com um movimento natural de aversão ao risco. PitMoney foi na mesma linha e disse que, enquanto os preços caem, os fundamentos das empresas estão se mantendo ou melhorando.

“Então, enquanto muita gente está indo para a renda fixa porque a Selic está aumentando, estamos fazendo o caminho contrário”, disse PitMoney, acrescentando que o momento é ideal para quem busca aportar em boas empresas com horizonte de longo prazo.

Sabendo que a concentração de boa parte da carteira na renda variável não é para todo investidor, PitMoney bate na tecla do planejamento. Para o influenciador, o processo ideal de investimento é definir qual porcentagem do portfólio deve estar em cada classe de ativos e, conforme essas porcentagens flutuam, seguindo a variação no valor dos ativos, rebalancear olhando para oportunidades no mercado.

Ainda, tanto PitMoney quanto Castro defendem a importância de fazer aportes recorrentes, em vez de tentar acertar o momento correto para investir. “Time in the market é muito mais poderoso do que tentar timing the market”, disse Castro.

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A importância de dolarizar

Em um momento de crise, explica o estrategista da Avenue, a tendência é que o dólar, considerado um ativo seguro, suba, enquanto o real, visto como um ativo de risco, caia. “O real anda junto com ativos de risco. E o sentimento de aversão ao risco faz com que a gente fique à mercê do mercado global. Por isso a necessidade de dolarizar”, diz Will Castro.

Ainda que as ações do Ibovespa estejam baratas, diz PitMoney, o múltiplo P/L (preço sobre lucro) das empresas americanas, indicador que relaciona o valor de mercado de uma ação com seu lucro, está ainda mais baixo. “Para quem quer se expor globalmente, acho que essa é a hora”, disse o influenciador.

Afinal, onde estão as oportunidades?

No momento de analisar ações e escolher onde investir, Will Castro defende o “pensamento contrário”. Em um contexto de guerra, incerteza macroeconômica e volatilidade, muitas pessoas defendem o investimento em empresas mais defensivas, como os setores de utilities e petróleo, diz o estrategista.

“Mas tem um negócio chamado prêmio de risco. Tomar risco e, se der certo, ser premiado. É esse pensamento contrário que é importante ter”, disse Castro, apontando que muitos destes papéis considerados defensivos tiveram forte valorização recentemente.

Um grupo de ações que caiu muito nos últimos tempos, eles destacaram, foi o de grandes empresas de tecnologia americanas, as chamadas big techs. Para PitMoney e Castro, porém, essas companhias vêm entregando bons resultados, de modo que o momento de baixa abre uma boa porta de entrada.

Em participação por vídeo durante o painel, o analista de renda variável Fábio Holder defendeu que a queda das big techs é um movimento natural. Em um momento de queda generalizada, companhias que têm crescimento projetado para o futuro, como as de tecnologia, tendem a sofrer ainda mais. “É natural ver a bolsa caindo, e aquelas ações que possuem um crescimento esperado no fluxo de caixa futuro são as que mais sofrem no curto prazo”, disse Holder.

Entre as big techs, Castro declarou sua preferência pelo Google (GOOG34), sua maior posição, destacando que a companhia tem US$ 100 bilhões em caixa, o que permite investimentos para desenvolver novos produtos, e está sendo negociada a patamares interessantes.

Dentro do setor de tecnologia, Castro defende também que brasileiros invistam em segmentos que não existem na bolsa brasileira e “aproveitar o que a economia americana tem para oferecer”, como empresas de microprocessadores, fabricantes de produtos químicos usados nestes processadores, redes sociais, segurança digital e biotecnologia.

No Brasil, PitMoney aponta as ações do setor de construção civil como papéis que sofreram e estão em patamares atrativos de entrada, além de estarem apresentando bons resultados. “O mercado penalizou demais pela alta de juros, porque as pessoas acabam financiando menos imóveis. Mas vemos o mercado imobiliário ainda pujante no Brasil”, disse.

Outra boa oportunidade de investimento, e que também permite certa diversificação geográfica, é a aposta em empresas que têm boa parte de suas receitas vindas da exportação – ou seja, em dólares, diz o influenciador, destacando WEG (WEGE3), Klabin (KLBN11) e Embraer (EMBR3).

Quando questionados sobre as varejistas brasileiras, que também passaram por fortes correções recentemente, os especialistas apresentaram opiniões divergentes. Para PitMoney, a tendência é que a competição fique ainda mais acirrada, e as empresas devem seguir sendo impactadas pelos juros em alta, que prejudicam o financiamento.

Will Castro, por outro lado, vê boas oportunidades em empresas com omnicanalidade forte e que conseguiram se adaptar durante a pandemia. “É um setor que apresenta muitas alternativas. Tem que olhar com carinho porque tem coisas interessantes”, diz.

Finalmente, PitMoney defende os bancos brasileiros, por seus índices altos de retornos sobre o patrimônio (ROE) e pela expertise em operar o mercado brasileiro. “Vários bancos gringos tentaram operar no Brasil e saíram com o rabo entre as pernas. Eu sou um grande entusiasta dos bancões, não vai vir roxinho desbancá-los não”, declarou, fazendo referência ao Nubank (NUBR33).

Assista os dois painéis do segundo dia do TradeMap Discovery clicando na imagem a seguir.

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