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Tesouro Direto: taxas sobem e juro de prefixado para 2025 bate recorde, a 13,73% ao ano

Taxas sobem refletindo mau humor dos investidores após apresentação de PEC da Transição

Foto: Shutterstock/rafapress

Em uma sessão que promete ser de forte estresse no mercado, as taxas do Tesouro Direto abriram em alta nesta quinta-feira (17), repercutindo a disparada do risco fiscal um dia após a apresentação da PEC de Transição. A turbulência nos juros chegou a atrasar a abertura dos negócios no Tesouro Direto nesta manhã.

Ontem, a equipe de transição do governo eleito entregou uma versão preliminar da PEC que confirma a intenção do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de remover permanentemente as despesas com programas sociais dos limites impostos pelo teto de gastos.

O texto prevê a abertura de gastos fora do teto estimados em até R$ 175 bilhões, montante que seria suficiente para manter o Bolsa Família em R$ 600 mensais no próximo ano e o pagamento adicional de R$ 150 por criança de até seis anos para famílias que recebem o benefício.

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O documento, porém, não estipula prazo de vigência, que deverá ser negociado com o Congresso nas próximas semanas. O mercado teme que a PEC vire um “cheque em branco” na mão do novo governo, o que aumenta a insegurança sobre o controle dos gastos públicos na nova gestão de Lula.

Com base nos preços de 9h30, todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro registravam alta nas primeiras negociações desta quinta. Quanto maior o nível da taxa, mais baixo fica o preço destes papéis.

O título prefixado com vencimento em 2025 está sendo negociado com taxa de 13,73% ao ano, a mais alta da série iniciada em fevereiro de 2018. Ontem, a taxa fechou em 13,34% ao ano.

As outras opções de prefixado também subiram às máximas desde julho, período marcado por forte apreensão dos investidores sobre o rumo das contas públicas do país. O papel com vencimento em 2029 oferece taxa de 13,53% ao ano, ante 13,20% na véspera. Já a opção com juros semestrais e encerramento em 2033 está em 13,52%, ante 13,08% na quarta.

Os papéis atrelados à inflação também sobem majoritariamente ao maior patamar desde julho. A opção com vencimento em 2026 pagava taxa de 6,17%, ante 5,95% na véspera.

O aumento também é visto nas opções mais longas. O papel com vencimento em 2040 está com taxa de 6,16%, ante 5,97% na véspera, enquanto o título que expira em 2055 é negociado com taxa de 6,21%, contra 6,03% no dia anterior.

O retorno dos títulos do Tesouro IPCA+ é formado por uma taxa prefixada mais a variação da inflação. Quando a taxa do papel sobe, os preços dos títulos emitidos no mercado com um rendimento menor caem, mas o investidor só vai ter perda se vender nesses momentos de queda, antes do vencimento.

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