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Tensão pré-Fed: Medo de juros mais altos nos EUA faz dólar e juros futuros subirem

Moeda americana é negociada acima de R$ 5; restrições adicionais na China por Covid-19 também preocupam

Foto: Shutterstock

Em meio ao receio de que o Federal Reserve possa contratar uma recessão nos Estados Unidos para combater a inflação, o dólar é negociado na manhã desta segunda-feira (13) acima de R$ 5, com os investidores fugindo para ativos de menor risco.

Por volta das 11h20, os contratos futuros da moeda americana apontavam para uma taxa de câmbio de R$ 5,14, alta de 2,55%. Os juros futuros também subiam, com as taxas dos contratos com vencimento em julho de 2023 subindo em 0,17 ponto porcentual (pp), a 13,51%.

Segundo Jefferson Laatus, estrategista-chefe do Grupo Laatus, os dados de inflação dos EUA divulgados na sexta-feira (10), que mostraram uma alta de preços mais forte que a esperada, ainda estão pesando bastante no cenário do mercado.

“Os juros americanos estão precificando recessão, a China ainda preocupa com a chance de voltar a fechar. É um cenário de pressão total nos mercados, e isso deve durar até quarta, com a decisão de juros nos EUA”.

Na próxima quarta-feira (15), o Fomc (comitê de política monetária do Federal Reserve) se reúne para decidir a nova taxa de juros da maior economia do mundo. Hoje, a taxa varia entre 0,75% e 1,00% ao ano. A expectativa é que a autoridade monetária anuncie uma alta de 0,50 pp, mas os olhos estarão voltados para a sinalização dos próximos passos.

A divulgação de que o CPI (índice de preços ao consumidor dos EUA) teve alta mensal de 1% em maio, acima do esperado pelo mercado, elevou as chances de um discurso mais duro pelo Fed no anúncio da decisão.

Outro ponto de pressão sobre a moeda americana e juros é o fato de que a China anunciou um surto de Covid-19 em Pequim, elevando os receios do anúncio de uma série de novos lockdowns rigorosos no país, que possui uma política de “Covid zero”. O cenário aumenta as chances de mais alta de preços no curto prazo, colocando mais pressão sobre o banco central americano.

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Risco de recessão?

O receio do mercado é que o Fomc seja obrigado a manter os juros elevados por mais tempo, o que poderia levar a economia americana a uma recessão.

Na última reunião, o colegiado confirmou a inclinação dos membros do comitê em manter o ritmo de alta de 0,50 pp nos juros nas próximas dias reuniões. Parte do mercado vinha acreditando que a autoridade monetária dos EUA poderia interromper o ciclo em setembro, possibilidade que é considerada muito pequena após a confirmação de que a inflação continuará a incomodar.

“Acreditamos que, para trazer a inflação de volta para a meta, o Fed precisaria implementar um ajuste mais forte do que vem sinalizando em suas comunicações”, afirma a economista Claudia Moreno, do C6 Bank.

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