Telefônica (VIVT3) deve recuperar margem e lucro, mas pode levar tempo até lá; veja projeções

Dona da Vivo deve apresentar melhora em relação ao segundo trimestre, mas contração na base anual

Foto: Shutterstock/Alison Nunes Calazans

A Telefônica Brasil (VIVT3), dona da marca Vivo, deve demonstrar melhora em margens e lucro nos resultados do terceiro trimestre, que serão publicados na noite desta terça-feira (25). O caminho para isso, no entanto, deve ser longo, e os números ainda devem ficar abaixo dos anotados no mesmo período do ano passado, de acordo com analistas.

No terceiro trimestre de 2021, a Telefônica registrou lucro líquido de R$ 1,31 bilhão, Ebitda de R$ 4,83 bilhões e margem Ebitda de 40%. Já no segundo trimestre deste ano, o lucro líquido foi de R$ 746 milhões, o Ebitda ficou em R$ 4,58 bilhões e a margem Ebitda foi de 38,7%.

Em relação ao lucro, a expectativa do Bank of America é que a expansão na margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e o menor impacto de despesas financeiras não recorrentes relacionadas ao leilão do 5G permitam uma alta na comparação com o segundo trimestre deste ano, para R$ 780 milhões. Na base anual, porém, os resultados devem seguir pressionados.

“Apesar de certa retomada, a última linha deve seguir pressionada no curto prazo, com a maior parte da recuperação ocorrendo em 2023, conforme os pagamentos de serviços para a Oi e os planos de descomissionamento de torres começam”, afirmam Fred Mendes, Lucca R. Brendim, Mirela Oliveira e Gustavo Tiseo, analistas do BofA, em relatório distribuído hoje.

Mais otimistas, Bernardo Guttman e Marco Nardini, analistas da XP Investimentos, projetam o lucro em R$ 998 milhões. “A Vivo deverá reportar resultados financeiros sólidos no terceiro trimestre, refletindo a continuidade de bons resultados operacionais”, escreveram em relatório publicado neste mês.

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Já para a margem Ebitda, a expectativa do BofA é de recuperação de 0,8 ponto percentual em relação ao segundo trimestre, mas ainda em baixa de 0,5 p.p. em relação ao mesmo intervalo de 2021. De acordo com os analistas da XP, o recuo anual deve ser causado pela inflação registrada no período e pela maior relevância de serviços B2B, que têm margens menores.

Na linha de receitas, a projeção da XP é de expansão na comparação trimestral, impulsionada por reajustes de preço realizados no período.

Na análise do BofA, por outro lado, as altas de preço podem ter levado alguns clientes a rever planos, resultando em desaceleração no crescimento da receita média por usuário (ARPU, na sigla em inglês). A postura mais racional do mercado financeiro, no entanto, pode amenizar os efeitos, dizem os analistas.

A expectativa do banco é que a Telefônica registre uma leve desaceleração no crescimento das receitas móveis, que devem passar de alta anual de 15% no segundo trimestre para expansão de 13% entre julho e setembro, também no comparativo anual.

Outro ponto que pode jogar a favor dos resultados da Telefônica é a redução do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) que, na visão do BofA, deve permitir novas altas de preço e, para a XP, impactar positivamente o segmento pré-pago.

Os analistas destacam ainda os sólidos números operacionais no segmento fixo, com adição líquida de 125 mil clientes na rede de fibra ótica FTTH e 34 mil clientes na banda larga em julho e agosto.

Por volta das 13h30 desta terça, antes da divulgação dos resultados, a ação tinha alta de 0,08%, a R$ 39,83.

Confira as principais projeções do BofA, da XP, do Santander e do BTG Pactual para os resultados da Telefônica Brasil.

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