Logo-Agência-TradeMap
Logo-Agência-TradeMap

Categorias:

Superquarta com decisões de Fed e Copom e reunião surpresa do BCE – veja o que importa hoje

Investidores acompanham decisões sobre juros no Brasil e nos Estados Unidos

Foto: Shutterstock

Após dias de forte tensão nos mercados financeiros, o cenário para os próximos passos da política monetária nos Estados Unidos deve ficar mais claro nesta quarta-feira (15), com a decisão do Federal Reserve, o banco central americano, para os juros da maior economia do mundo. O Brasil também divulga hoje o novo patamar da Selic, e sinaliza se para ou não o atual ciclo de aperto.

As bolsas globais já precificaram que o Fomc (comitê de política monetária do Fed), que anuncia sua decisão às 15h, irá acelerar o passo e subir a taxa básica do país em 0,75 ponto percentual – na última reunião, a alta foi de 0,50 ponto.

Até a última segunda-feira (13), os agentes de mercado acreditavam em uma alta menor, de 0,50 ponto, mas dados da inflação de maio nos Estados Unidos mostraram que o aumento de preços ainda não chegou ao pico.

Além da decisão em si, os investidores acompanharão a tradicional entrevista que será concedida pelo presidente do Fed, Jerome Powell, às 15h30. A expectativa é de sinalizações do banco central americano sobre o que pode acontecer nas próximas reuniões.

Os mercados vêm caindo com força nos últimos dias, diante da possibilidade de que o Federal Reserve possa ser forçado a contratar uma recessão, através do aperto monetário, para conter a maior inflação das últimas quatro décadas.

Leia mais:
Tensão pré-Fed: Medo de juros mais altos nos EUA faz dólar e juros futuros subirem

Copom para ou não para?

Por aqui, as apostas são de um aumento de 0,50 ponto percentual nos juros, hoje em 12,75% ao ano, com toda a atenção dos investidores voltada ao comunicado da decisão. A dúvida é se o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) irá sinalizar que encerrará o ciclo ou se deixará a porta aberta para mais um aumento em agosto.

Levantamento do jornal Valor com 91 instituições mostrou que o consenso do mercado é de uma alta de 0,50 ponto e outros 0,25 ponto na reunião seguinte, o que levaria a taxa Selic a 13,50%.

Saiba mais:
Inflação e medo de recessão: o dilema do BC e do Fed na Superquarta

Os juros brasileiros começaram a subir em março do ano passado e a taxa já subiu 10,75 pontos, no maior choque de juros desde 1999 – na ocasião, em meio à crise cambial, o Banco Central elevou a taxa básica de juros em 20 pontos percentuais em uma só reunião.

Reunião surpresa do BCE

Como se as decisões sobre os juros nos EUA e no Brasil fossem pouco, o BCE (Banco Central Europeu) decidiu fazer uma reunião de emergência para discutir o comportamento das taxas de juros dos países da zona do euro.

Assim como em outras regiões, as taxas de juros dos títulos de dívida de países europeus dispararam depois que o mercado começou a esperar uma alta mais intensa dos juros nos Estados Unidos.

O problema é que esse movimento na zona do euro não foi uniforme – nos países em que as contas públicas estão numa situação mais frágil, as taxas subiram mais rapidamente. Os juros da dívida da Itália, por exemplo, subiram mais rápido que os da Alemanha, país com sólida posição fiscal.

Na zona do euro isso é um problema porque taxas de juros muito discrepantes dificultam a implementação da política monetária estipulada pelo BCE. Este tipo de cenário, chamado de “fragmentação” pelas autoridades do banco central, pode atrapalhar o controle da inflação no bloco e gerar uma crise financeira se não for controlado.

Bolsas internacionais operam em alta

Depois de terem começado a semana com um tom negativo, por causa da percepção de intensificação da alta de juros nos EUA, as bolsas seguem se recuperando e hoje operam em alta, impulsionados por dados vindos da China.

A produção industrial do país cresceu em maio, contrariando expectativa de queda, enquanto as vendas no varejo caíram menos do que o esperado. O governo do país considerou que os dados sugerem recuperação em relação aos meses anteriores, diante da diminuição dos lockdowns, mas ressaltou que ainda há “desafios” à frente que podem minar a atividade econômica.

Na Europa, o índice Stoxx 600, que reúne as principais empresas da zona do euro, subia 0,93% nesta manhã, enquanto no mercado futuro dos EUA os contratos dos principais índices acionários também operavam em alta – Dow Jones avançava 0,27%, S&P 500 subia 0,36% e Nasdaq tinha alta de 0,50%.

Compartilhe:

Mais sobre:

Leia também:

Mais lidas da semana

Uma newsletter quinzenal e gratuita que te atualiza em 5 minutos sobre as principais notícias do mercado financeiro.