STF vota por ICMS menor para energia elétrica e ações do setor devem subir

Decisão semelhante alíquotas de telecomunicações fez papéis daquele setor subirem na semana passada

As ações do segmento de distribuição de energia elétrica devem abrir em alta nesta terça-feira, 23, após a maioria dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) decidir que a eletricidade deve ser taxada com alíquotas menores de ICMS.

Na sexta-feira, 19, uma decisão semelhante no mesmo processo fez as ações de empresas de telecom subirem. Como este julgamento tem repercussão geral, o que o STF decidiu valerá para os tribunais regionais e de instância inferior.

Quem levou o assunto à Justiça foram as Lojas Americanas. Elas questionaram o fato de o governo de Santa Catarina taxar a eletricidade e os serviços de telecomunicação como supérfluos, com ICMS de 25%. A alíquota é superior à estabelecida para operações e produtos em geral, de 17%.

As Lojas Americanas argumentaram que a taxação usou critério aleatório e divergente de princípios constitucionais de isonomia, seletividade e essencialidade.

O governo de Santa Catarina alegou que cabe aos Poderes Legislativo e Executivo – e não ao Judiciário – definir as alíquotas de impostos e a seletividade tributária. Também disse que a essencialidade do bem ou serviço varia de acordo com as características do consumidor, o que justificava a alíquota mais elevada.

Como os ministros votaram

O ministro Marco Aurélio, que já se aposentou, é o relator original do caso e votou em prol das Lojas Americanas.

Segundo ele, a empresa ela poderia recolher o ICMS sobre energia elétrica e serviços de telecomunicação considerando a alíquota de 17%.

Até a última sexta-feira, os ministros Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski e Edson Fachin também haviam votado desta forma. Os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes votaram pela cobrança da alíquota menor apenas sobre os serviços de telecomunicações.

Isso significa que já havia consenso formado no STF para a alíquota reduzida de ICMS às telecomunicações, mas que ainda não havia maioria em prol de um imposto menor sobre o setor de energia.

Desde sexta-feira, porém, Rosa Weber, Luiz Fux e Nunes Marques votaram junto com o grupo favorável à aliquota menor para os dois setores – ou seja, oito de onze ministros foram a favor de imposto mais baixo tanto para energia quanto para telecomunicações.

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