Logo-Agência-TradeMap
Logo-Agência-TradeMap

Categorias:

Setor de consumo sobe na Bolsa, enquanto balanço do Bradesco (BBDC4) derruba bancos

Sinalização de queda nas curvas de juros pelo mundo e a divulgação do balanço do Bradesco movimentam o Ibovespa na quarta-feira

Com a queda nas curvas de juros pelo mundo, empresas ligadas ao consumo estão entre as principais altas da Bolsa nesta quarta-feira (9). Enquanto isso, os resultados divulgados pelo Bradesco (BBDC4), que vieram abaixo do esperado pelo mercado, contagiam ações de outros bancos, que lideram as quedas.

Sem uma direção clara, o Ibovespa tem operado perto da estabilidade. Às 13h30, subia 0,44%, aos 112.797 pontos.

Entre as companhias que estão no terreno positivo, a Natura (NTCO3) é quem lidera o movimento, com alta de 7,69%. Outras empresas ligadas ao consumo seguem a fila, como Méliuz (CASH3), que avançava 5%.

Para o analista Gustavo Akamine, da Constância Investimentos, o movimento acompanha o fechamento da parte mais alta da curva de juros americana.  Nos EUA, o rendimento dos títulos com vencimento em dois anos caiu 0,13 ponto percentual, e opera com 1,328%. Os títulos que vencem daqui dez anos recuam 0,31 p.p, a 1,9%.

“As performances positivas hoje também se relacionam com a expectativa de crescimento que o setor tinha anteriormente, mas foi prejudicado pelo aumento da taxa aqui no Brasil. Quando você vê uma sinalização de fechamento de juros lá fora, ajuda o mercado interno”, comenta Akamine.

O setor de alimentos processados apresenta também apresenta desempenho positivo nesta quarta. Minerva Foods (BEEF3) figura entre as principais altas do dia, com crescimento de 4,68%.

Fonte: TradeMap
Fonte: TradeMap

Balanço do Bradesco contagia setor bancário

A divulgação do balanço do quarto trimestre do Bradesco (BBDC4), na noite de terça-feira (8), veio abaixo das expectativas do mercado. O banco encerrou o último trimestre do ano passado com lucro líquido recorrente de R$ 6,6 bilhões, uma queda de 2,8% em relação a igual período do ano anterior.

O resultado ficou 5% abaixo ao que estava previsto pelo consenso do mercado. Ainda assim, os resultados para o ano completo foram recordes para a empresa. O lucro líquido recorrente cresceu 34,7% em todo o ano de 2021 em comparação a 2020, para R$ 26,2 bilhões.

O Goldman Sachs, que viu o lucro do banco brasileiro no quarto trimestre ficar 10% abaixo da sua projeção, acredita que o expectativa do Bradesco de ter lucro líquido de R$ 28 bilhões para 2022 também ficou aquém do esperado.

O UBS-BB ressaltou em relatório que a previsão para os resultados deste ano é menos positiva do que a apresentada durante o Investor Day do Bradesco. Além disso, acredita que a qualidade dos ativos do banco piorou.

A XP concorda com esta avaliação. Em comunicado, a corretora afirma que o Bradesco aumentou as provisões contra perdas em grande parte devido ao crescimento da carteira de crédito, mas viu a inadimplência crescer, o que se traduz em redução na capacidade de lidar com os atrasos nos empréstimos.

“Isso nos leva a acreditar que há mais espaço para provisões nos próximos trimestres”, disse a XP Investimentos em relatório.

As ações preferenciais do Bradesco (BBDC4) caíam 7,10%, enquanto as ordinárias (BBDC3) recuavam 7%. O movimento de queda do banco atingiu alguns concorrentes que ainda não divulgaram seus resultados.

Itaú Unibanco (ITUB4), por exemplo, recuava 2,81%. O Santander, que já publicou resultados, tinha queda de 2,81%. Gustavo Akamine, da Constância, acredita que as quedas nas ações do setor bancário podem se dar também por um rebalanceamento após as subidas recentes.

“Se você olhar esse começo de ano, principalmente do meio de janeiro para a frente, o setor de bancos subiu muito. Acho que pode estar acontecendo um efeito de investidores ‘realizando lucros’ em cima dessa performance recente”, afirma o analista.

Mercados internacionais

Os mercados globais operam positivos nesta quarta. Em Wall Street, Nasdaq subia 1,37%, Dow Jones tinha valorização de 0,81%, enquanto o S&P 500 apontava em 1,12% para cima. A temporada de resultados continua com Disney e Uber reportando seus números nesta quarta. Na terça, a Pfizer divulgou seus resultados.

A empresa de medicamentos reportou uma receita de US$ 23,8 bilhões, em linha com as expectativas dos analistas. Para 2022, projeta uma receita recorde de US$ 32 bilhões.

O resultado, segundo a Pfizer, se dará pelas vendas de vacinas contra a Covid-19 e pela comercialização de sua pílula antiviral Paxlovid, que promete auxiliar no combate à pandemia.

Os investidores aguardam ainda os resultados de inflação no país, a serem divulgados na quinta-feira (10).

Na Europa, os mercados também trabalham no azul. O índice Euro Stoxx 50, que reúne empresas de todo o continente, sobe 1,78%. Na Alemanha, o DAX sobe 1,74%, enquanto que o FTSE 100, da Inglaterra, sobe 0,98%.

Compartilhe:

Leia também:

Mais lidas da semana

Uma newsletter quinzenal e gratuita que te atualiza em 5 minutos sobre as principais notícias do mercado financeiro.