O BofA (Bank of America) divulgou um relatório, nesta quinta-feira (23), em que reduz os preços-alvos de todas as empresas do setor de construção civil. O motivo, segundo o banco, é a perspectiva de manutenção do patamar elevado da taxa básica de juros, a Selic, por mais tempo que o previsto, o que afeta negativamente o setor.
A instituição financeira estima que os juros no Brasil encerre o ano de 2023 em 10,5%. O patamar atual é de 13,25%.
Veja os novos preços-alvo do setor de construção civil para o BofA:
Empresa | Ticker | Preço-alvo antigo ao final de 2022 | Preço-alvo atual ao final de 2022 |
Cury | CURY3 | R$ 13 | R$ 11 |
Tenda | TEND4 | R$ 6,5 | R$ 4,5 |
MRV | MRVE3 | R$ 18 | R$ 15 |
Direcional | DIRR3 | R$ 17 | R$ 14 |
Cyrela | CYRE3 | R$ 25 | R$ 18 |
Even | EVEN3 | R$ 7 | R$ 5 |
Eztec | EZTC3 | R$ 19 | R$ 16 |
Dentre as empresas, o BofA recomenda a compra dos papéis da Cury, MRV, Direcional e Cyrela. Em relação às outras, se mantém neutro.
A construção civil é um dos setores mais impactados em tempos de juros altos, pois é altamente dependente de crédito. Uma vez que o poder de compra da população como um todo é limitado, as vendas de empreendimentos desaceleram, e os custos das obras aumentam.
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“As taxas de hipoteca estão em um ritmo de alta rápida pelos bancos. Como resultado, a acessibilidade ainda é um obstáculo para a demanda com spreads próprios versus aluguel acima do histórico, além de preços mais altos”, avalia o BofA no relatório.
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O BofA também acredita que a receita e as margens brutas destas empresas serão impactadas nos próximos trimestres por conta desses fatores: “custos crescentes e acessibilidade deteriorada, somados a uma Selic mais alta”.