Apesar do desempenho fraco dos fundos imobiliários, principalmente dos que investem em tijolos, um outro segmento listado em Bolsa que oferece benefício fiscal tem surfado o cenário de juros altos. São os Fiagros (Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais).
Em dezembro, o retorno médio com dividendos dessas carteiras (dividend yield) foi de 1,27%. Considerando o benefício fiscal, que permite a isenção de Imposto de Renda sobre rendimentos, o retorno seria de 1,49%, ou 133% do CDI, segundo a Órama Investimentos.
Os 21 Fiagros negociados na B3 somam atuamente R$ 5,46 bilhões.
“Apesar do ambiente desafiador para o mercado primário de renda variável desde o segundo semestre do ano passado, esta indústria vem demonstrando um crescimento e possui grande potencial, diante do tamanho do agronegócio na nossa economia”, aponta a Órama em relatório.
Segundo a instituição, os Fiagros vêm entregando dividendos acima do CDI e pagaram um retorno médio mensal com dividendos de 1,36% em 2022.
Isso é explicado pela natureza dos ativos investidos por esse tipo de fundo. Atualmente, todos os Fiagros negociados na Bolsa têm como objetivo o investimento em CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio), títulos de dívida ligados ao agronegócio.
Em novembro, 90% dos Fiagros investiam em CRAs atrelados ao CDI, segundo a Órama.
Diante disso, em um cenário de juros em patamares elevados em 2023, essas carteiras devem seguir atrativas, aponta.
A Órama pontua que o segmento do agronegócio é resiliente e defensivo, com perfil anticíclico, respondendo por 27,5% do PIB brasileiro em 2021. Além disso, o crédito subsidiado não está dando conta da demanda do setor e, por isso, o mercado de capitais vem se tornando uma alternativa importante para financiar empresas e produtores rurais.
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