As ações da Cielo (CIEL3) despencam desde o fim de outubro. O preço da ação caiu quase 30% de lá para cá. Mas nem tudo está perdido, na avaliação do UBS BB, que elevou a recomendação do papel para compra, com um preço-alvo de R$ 7.
O novo patamar de preço representaria uma valorização de 60,92% em relação ao último fechamento da ação.
Segundo analistas do banco, a Cielo apresentou bons resultados operacionais nos últimos trimestres, com um crescimento no rendimento dos cartões e do TPV (Volume Total de Pagamentos). Para 2023, o UBS BB espera que o este indicador tenha alta de 1%, na comparação anual.
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“Acreditamos que a recente queda de 30% nos papéis combinada com boas perspectivas de crescimento, fornece um ponto de entrada atraente para a ação”, avaliam Kaio Prato, Bruna Werneck e Leandro Leite, do UBS BB.
De acordo com dados da plataforma do TradeMap, a ação da Cielo tem valorização de 96,50% no ano, sendo o maior upside do Ibovespa em 2022. Segundo a instituição, a alta se deu pela conclusão da agenda de vendas de ativos da empresa e por uma estratégia de reprecificação.
Os analistas destacam, em relatório enviado a clientes nesta segunda-feira (12), que a Cielo conseguiu expandir sua margem líquida para 14% no terceiro trimestre, um avanço de oito pontos percentuais em relação aos 6% vistos no primeiro trimestre deste ano, com um controle de custos e despesas.
Para o futuro, o UBS BB ainda vê uma expansão nessa margem, e aumentou a projeção de lucro em 40% tanto para esse ano quanto para o ano que vem. O banco espera que a empresa encerre 2022 com um lucro líquido de R$ 1,67 bilhão e 2023, com R$ 1,9 bilhão.
Caso as projeções se confirmem, a Cielo veria um avanço de 72% no lucro anual neste ano na comparação com 2021.
BTG também está otimista com a Cielo
O UBS BB não foi o primeiro banco a apostar no papel após as quedas verificadas desde outubro. Na sexta, analistas do BTG divulgaram um relatório no qual afirmam que a baixa de 30% nos últimos meses é “infundada”. Para o banco, a ação papel voltou a ficar barato e é hora de comprar.
“Indo direto ao ponto, não vemos nenhuma razão fundamental para a forte correção além da deterioração do mercado em geral”, disseram Eduardo Rosman e Ricardo Buchpiguel, do BTG Pactual, em relatório.
Um dos fatores que podem ter prejudicado a companhia foram os resultados apresentados pelas concorrentes.
Segundo os especialistas, a receita mais fraca da PagSeguro e da Stone, com a primeira decepcionando no lucro líquido e assumindo um tom mais pessimista no quarto trimestre, pode ter afetado negatigamente as expectativas para o desempenho de curto prazo da Cielo.