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Cielo (CIEL3) deve se beneficiar de juros altos por mais tempo, diz Santander, que eleva preço-alvo

Adquirentes incumbentes têm a capacidade de repassar custos como vantagem competitiva

Foto: Shutterstock/T. Schneider

Em um ambiente de taxas de juros altas, a Cielo (CIEL3) tende a se destacar em relação a seus pares, por ter uma maior capacidade de repassar os custos para seus clientes. Assim, diante da expectativa de que a Selic continue elevada em 2023, os analistas do Santander elevaram seu preço-alvo para a ação da companhia.

Agora, Henrique Navarro, Arnon Shirazi e Anahy Rios, analistas do banco, recomendam compra para a ação, e esperam que o papel chegue ao fim de 2023 cotado a R$ 7,50, contra a estimativa anterior de R$ 6. O novo preço-alvo corresponde a alta de 50% em relação ao valor do papel no fechamento de quinta-feira (24), de R$ 4,99.

A vantagem competitiva da Cielo, assim como das outras adquirentes incumbentes, como Rede e GetNet, sobre os novos entrantes, como Stone (STOC31) e PagSeguro (PAGS34), se deve ao menor custo das fontes de financiamento, explica o Santander.

“Isso se mostrou crucial em um ambiente de alta Selic, porque os adquirentes de bancos conseguiram repassar custos de Selic mais altos sem churn (taxa de cancelamento) considerável”, dizem os analistas, em relatório distribuído nesta sexta-feira (25).

Esse ponto positivo deve ser ainda mais relevante em 2023, na visão do banco, uma vez que a Selic média em 2023 deve ser cerca de 1 ponto percentual superior à de 2022, na projeção do time macroeconômico do Santander.

O ano que vem, no entanto, também trará desafios para a Cielo, diante da queda do PIB (Produto Interno Bruto) e a inflação esperada, o que impacta negativamente o volume total de pagamentos (TPV) da companhia.

“Independentemente disso, a vantagem competitiva dos adquirentes de bancos em um ambiente de alta da Selic e o gap de receita positivo quando a Selic continuar a cair nos levam a esperar um 2023 favorável pela frente para a Cielo”, resumem os analistas.

Em um prazo mais longo, o Santander espera riscos maiores em 2024, com o fortalecimento da concorrência de novos entrantes quando a taxa Selic estiver em patamares menores.

Além de revisar o preço-alvo, os analistas também elevaram suas projeções de lucro líquido ajustado para 2022 e 2023, levando em consideração os resultados do terceiro trimestre e as novas estimativas da equipe de macroeconomia do Santander.

Apesar do otimismo do Santander, a ação da Cielo (CIEL3) opera em queda de 5,01% nesta sexta-feira, a R$ 4,74.

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