As ações da Cielo (CIEL3) despencam desde o fim de outubro. O preço da ação caiu quase 30% de lá para cá, mas a debandada dos investidores, segundo o BTG Pactual, é infundada. Para o banco, o papel voltou a ficar barato e é hora de comprar.
“Indo direto ao ponto, não vemos nenhuma razão fundamental para a forte correção além da deterioração do mercado em geral”, disseram Eduardo Rosman e Ricardo Buchpiguel, do BTG Pactual, em relatório.
Um dos fatores que pode ter prejudicado a companhia foram os resultados apresentados pelas concorrentes. Segundo os especialistas, a receita mais fraca da PagSeguro e da Stone, com a primeira decepcionando no lucro líquido e assumindo um tom mais pessimista no quarto trimestre, pode ter prejudicado as expectativas para o desempenho de curto prazo da Cielo.
O outro fator que pode ter afetado o preço de CIEL3 foi a queda no TPV (volume de pagamentos processados) pela companhia no terceiro trimestre. O problema, porém, parece não estar restrito somente à empresa e era esperado por causa da deflação observada no período.
No entanto, a Cielo tem um histórico que sugere boas chances de recuperação dos números no quarto trimestre, diz o BTG.
“A Cielo aumentou seu TPV no quarto trimestre em média 13% trimestre ante trimestre nos últimos quatro anos. Este ano, esperamos que cresça um pouco menos (cerca de 8% trimestre ante trimestre) devido aos impactos negativos da Copa do Mundo e a uma Black Friday mais fraca do que o esperado.”
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O banco ainda acha que a Cielo apresentará lucro líquido de R$ 2 bilhões em 2023 – uma estimativa 17% mais otimista que a do consenso do mercado -, e justamente por isso considera que a queda no preço das ações da companhia deixou o papel mais barato.
“Ainda a vemos como uma ótima ação para se ter, pelo menos no curto prazo. Como tal, reiteramos nossa compra, apesar de CIEL3 ter subido aproximadamente 100% no acumulado do ano”, acrescentou o BTG Pactual.