Ranking de investimentos de setembro de 2025

Fonte: Shutterstock/ImageFlow

Setembro de 2025 foi marcado por indicadores-chave que influenciaram diretamente o comportamento dos mercados e o desempenho dos investimentos. No Brasil, o IPCA de agosto recuou 0,11%, após alta de 0,26% em julho, reforçando a percepção de alívio inflacionário. O Copom, contudo, manteve a Selic em 15% ao ano, maior nível desde 2006, enquanto a taxa de desemprego permaneceu em 5,6% no trimestre até agosto, repetindo a mínima histórica da série iniciada em 2012. Nos Estados Unidos, o CPI subiu 0,4% em agosto, acima da expectativa de 0,3%, enquanto o PCE avançou 0,3%, em linha com as projeções. Já o Federal Reserve anunciou o primeiro corte de juros em nove meses, reduzindo a taxa para o intervalo de 4% a 4,25%. Esses fatores, combinados a eventos políticos de peso, como a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na abertura da Assembleia da ONU e sua breve interação com Donald Trump, moldaram o ambiente dos mercados e se refletiram no ranking de investimentos do mês.



Maiores rentabilidades:

  1. Ouro (+9,28%)
    O ouro renovou recorde acima de US$ 3.800, liderando as rentabilidades do mês. O desempenho foi impulsionado por múltiplos fatores: o enfraquecimento do dólar americano, segunda menor rentabilidade do mês, a expectativa e posterior efetivação de corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros nos EUA, que reduziu a atratividade dos Treasuries, e tensões geopolíticas globais, incluindo a guerra entre Ucrânia e Rússia e o conflito entre Israel e Hamas, que estimularam a busca por ativos de refúgio.
    Além disso, bancos centrais, especialmente a China, aumentaram reservas em ouro, enquanto os EUA permanecem os maiores detentores do metal. O temor de uma paralisação do governo americano em outubro ampliou a busca por ouro, reforçando sua condição de ativo seguro

 

  1. Nasdaq Composite (+5,62%)
    O Nasdaq Composite, fortemente composto por companhias de tecnologia, foi impulsionado inicialmente por dados de emprego fracos nos EUA, com criação de apenas 22 mil vagas em agosto, e pela expectativa de corte de juros.
    O índice também se beneficiou da parceria estratégica entre OpenAI e Oracle, com a construção de cinco novos data centers nos EUA como parte do projeto Stargate, uma iniciativa de US$ 500 bilhões para expandir infraestrutura de inteligência artificial, elevando a valorização das ações de tecnologia.

 

  1. MSCI Brasil (+5,27%)
    O índice, que reúne 44 empresas de grande e média capitalização, foi impulsionado por movimentos corporativos positivos. Destaque para a Nu Holdings, que contratou Michael Rihani como diretor da área de criptomoedas, e para a Vale, cujo preço-alvo foi elevado pelo BB Investimentos, de R$ 65,00 para R$ 68,00.
    A B3 contribuiu com a aquisição de 60% do capital social da CRDC, especializada em serviços para o setor de concessão de crédito, e o pagamento de R$ 402,5 milhões em juros sobre capital próprio. Esses fatores sustentaram o avanço do índice, refletindo confiança em empresas brasileiras de tecnologia e commodities.

 

  1. Nikkei-225 (+5,18%)
    O índice japonês registrou forte valorização, apoiado por revisão positiva do PIB japonês, que subiu para 2,2% anualizado, bem acima da projeção de 1%. A perspectiva de avanços nas negociações comerciais entre EUA e China, citada por Donald Trump, também animou os investidores.
    O desempenho positivo refletiu ainda a recuperação mais ampla do mercado asiático, estabilidade da inflação japonesa em 2,0% ao ano, e discussões sobre regulamentação da TikTok que acentuaram a confiança no setor de tecnologia.

 

Menores rentabilidades:

  1. Ethereum (-7,18%)
    A criptomoeda registrou a maior queda do mês, interrompendo a sequência positiva observada em julho e agosto. Uma atualização na rede Ethereum, voltada a otimizar a experiência dos usuários, provocou vulnerabilidades que resultaram no roubo de mais de US$ 12 milhões de tokens foram perdidos em esquemas de phishing agosto, aumento de 72% em relação ao mês anterior, afetando especialmente três grandes carteiras.
    Além disso, produtos de investimento em criptomoedas negociados em bolsas globais apresentaram queda nos fluxos antes do corte de juros nos EUA. A liquidação de investidores alavancados, totalizando US$ 1,7 bilhão, intensificou a desvalorização, afetando mais de 400 mil investidores, com os traders de Ethereum sendo os mais impactados.

 

  1. Dólar Ptax (-1,99%)
    O dólar recuou após dados vistos de forma negativa pelo mercado, como a queda do IPP nos EUA (-0,1% em agosto), da redução da taxa de juros americana e desvalorizou frente à moeda brasileira por conta da manutenção da taxa brasileira em 15% ao ano, que atraiu investidores estrangeiros via carry trade.
    Além disso, rumores sobre a política de tarifas dos EUA e a interação entre Lula e Trump na ONU desfavoreceram o dólar, acompanhando movimentos positivos do mercado brasileiro frente ao dólar.

 

  1. Euro (-1,66%)
    O euro registrou queda diante de crescimento econômico lento na zona do euro, com desaceleração no setor de serviços, cujo PMI caiu para 50,5 em agosto, perto da marca que separa crescimento de contração.
    Tensões políticas na França e Espanha, incertezas sobre acordos comerciais com os EUA e problemas no setor automotivo continuaram pressionando a moeda, mesmo após a implementação parcial da tarifa básica de 15% do acordo UE-EUA. A volatilidade política na França, com a indicação do novo primeiro-ministro, também impactou negativamente o euro.


    Este mês fechou com desempenhos díspares nos mercados financeiros. O ouro e índices de ações, tanto globais quanto brasileiros, registraram altas sustentadas por cortes de juros, revisões de PIB e movimentações corporativas estratégicas. Por outro lado, moedas como o dólar e o euro, além da criptomoeda Ethereum, recuaram diante de tensões geopolíticas, política monetária global e vulnerabilidades específicas do mercado de criptoativos.


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