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Quer investir em ETFs? Saiba o que analisar para escolher a melhor opção

Liquidez, taxa de administração e avaliação do índice escolhido são pontos que o investidor deve se atentar na hora de escolher um ETF

Foto: Shutterstock

-O ETF é uma sigla em inglês que está cada vez mais na boca dos investidores brasileiros.

As três letras, que significam Exchange Traded Funds, são como os profissionais do mercado chamam os fundos de índices. A popularização, naturalmente, é acompanhada de um maior leque de ETFs no mercado. Ao final de 2021, havia 170 ETFs listados na B3, um aumento de mais dez vezes em relação aos 16 que existiam dois anos antes.

O aumento expressivo teve como ponto de partida a parceria formada entre BlackRock e a B3, que apresentaram em novembro de 2020 o primeiro BDR de ETF e, logo após, houve um estouro de lançamentos de ETFs.

Mas antes de entender o que analisar na hora de investir em um ETF, é necessário ter na ponta da língua o que define esse ativo.

O que é um ETF?

Os ETFs, ou os fundos de índices, funcionam como uma “cestinha” de ativos que representam, antes de tudo, algum índice, como o Ibovespa, por exemplo. Mas não há ETFs apenas para ações de companhias. Também é possível encontrar ETFs de renda fixa, que procuram replicar a rentabilidade dos títulos públicos ou privados.

Assim como em outros fundos, a negociação dos ETFs ocorre por meio de cotas. Isso significa que o investidor que planeja adquirir uma parte de algum ETF comprará uma cota e se tornará um cotista. 

Por isso, os ETFs também seguem a mesma estratégia dos fundos de investimento: por meio da compra e venda de cotas, o investidor chega a um potencial lucro.

Saiba mais: o que são ETFs?

Mas agora vamos ao que interessa: o que analisar na hora de escolher um ETF para investir?

O primeiro ponto é conhecer a liquidez do ativo.

Qual a liquidez de um ETF?

Este indicador mostra o quanto o papel é negociado nos pregões. É importante para saber o quão rápido o investidor consegue converter o capital investido em caixa.

O nível de liquidez adequado para um investimento depende do montante que será aportado. Mas, em geral, um ETF que apresenta grande volume diário traz maior segurança na hora que o investidor quiser desfazer-se do investimento.

Um ETF que não tem alta liquidez pode deixar o investidor na mão por falta de compradores. É possível que ele não consiga converter os ativos totais em recursos no curto prazo, ou até mesmo que seja penalizado por ter que negociar o papel por um valor abaixo do preço de mercado.

Para verificar a liquidez do ativo, basta checar o volume diário movimentado e comparar com outros ETFs. O ativo que apresentar maior volume terá maior a liquidez.

Outra possibilidade é conferir no livro de ofertas, localizado na plataforma de negociação utilizada, a diferença (spread) entre o maior preço de compra (Bid) e o menor preço de venda (Ask) do fechamento de um determinado período. Quanto menor o spread, mais líquido é o ativo.

Como funciona a taxa de administração de um ETF?

Não subestime a taxa de administração. Este é o maior erro do investidor ao investir em fundos, seja em qual tipo de fundo for.

Embora menores que em fundos ativos, as taxas cobradas nos ETFs fazem diferença no resultado final quando o investimento é carregado por um longo período.

As taxas são cobradas para remunerar os serviços prestados pelo gestor, pelo administrador e pela custódia, entre outras despesas operacionais para manter os recursos aplicados rendendo.

O valor expresso na taxa é anual, porém há uma dedução que é feita diariamente de forma automática do valor da cota do investidor. Sendo assim, ao checar o valor atual investido, saiba que parte da taxa já foi descontada.

Índice de Referência de um ETF

Como o próprio nome já diz, trata-se do índice que servirá de referência para avaliar o desempenho do fundo. Além disso, serve de base para escolher as ações e units que compõem a carteira.

A análise do índice escolhido é fundamental para avaliar a rentabilidade histórica, composição da carteira e riscos envolvidos. Assim, o investidor pode não só escolher um ETF que se adeque melhor à sua estratégia de investimentos, mas que também diversifique o seu portfólio de forma eficiente.

Após entender o índice, o próximo passo é verificar a capacidade do ETF escolhido em replicar o desempenho do benchmark (índice de referência).

São diversos os índices que podem servir como referência, como o já citado Ibovespa, que é o principal indicador de desempenho das ações negociadas na B3.

Com mais de 50 anos de história, o índice é composto por 93 ativos das 90 empresas mais negociadas na Bolsa e reavaliado a cada quatro meses.

ETFs que acompanham o Ibovespa

O Ishares Ibovespa fundo de Índice (BOVA11) é o maior e o primeiro ETF a replicar o Ibovespa, com um patrimônio líquido (PL) de R$ 15,9 bilhões. O fundo é gerido pela BlackRock, a maior gestora de fundos do mundo, com cerca de US$ 10 trilhões sob gestão.

O It Now Ibovespa (BOVV11), gerido pelo Itaú Unibanco, é o segundo maior ETF que acompanha o Ibovespa, com patrimônio líquido de R$ 4,04 bilhões. Logo após, aparece o ETF da gestora Bradesco Asset, o Bradesco Fundo de Índice (BOVB11), com um patrimônio líquido de R$ 1,3 bilhão.

O quarto maior é gerido pelo Banco do Brasil (BBOV11) e o quinto, pela Caixa Econômica Federal (XBOV11), com patrimônio líquido de R$1,18 bilhão e R$ 122 milhões, respectivamente.

 

Por meio dos dados apresentados na Tabela 1, pode-se afirmar que o BOVA11 tem maior vantagem diante dos outros ETFs, uma vez que apresenta maior liquidez e menor taxa administrativa. Em 2021, o BOVA11 reduziu a taxa de administração de 0,3% para 0,1% ao ano, para manter-se atrativo em relação aos concorrentes.

O ETF da gestora do Itaú é o que mais se equipara ao BOVA11, mesmo que a liquidez seja menor. Ainda assim, tem a segunda maior liquidez e uma taxa de administração igual ao do ETF gerido pela BlackRock.

O impacto das taxas de administração de ETFs

Para que o leitor entenda os impactos causados pelas taxas administrativas, o TradeMap criou um cenário hipotético com as diferenças nos resultados ao longo de 25 anos.

Esse cenário apresenta um saldo inicial de R$ 100.000 e rentabilidade constante de 10% ao ano para todos os ETFs. Ao final de cada ano, foi cobrada uma taxa percentual relativa de cada fundo, até chegar ao último ano.

Tabela 2:

Este é o monstro invisível que corrói a rentabilidade do investidor. Por parecer relativamente baixa, o investidor não percebe o quanto é custoso no longo prazo.

A Tabela 2 apresenta a diferença entre as rentabilidades dos investimentos no longo prazo. A diferença mais notável é entre o XBOV11 e os mais rentáveis, BOVA11 e BOVV11. Há uma diferença de R$ 100,8 mil, cerca de 9,54% menos.

Para o investidor do XBOV11, o valor pago em taxas representa 10,6% do valor final obtido.

Mesmo que as taxas dos ETFs sejam relativamente baixas, ainda há uma considerável diferença entre os resultados, portanto é importante ficar atento em todas taxas cobradas na hora de escolher qualquer tipo fundo de investimento.

 

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