Em dia de agenda esvaziada de dados macroeconômicos no Brasil, os investidores monitoram a pressão do governo para que o Banco Central corte os juros básicos e acompanham indicadores de atividade econômica na Europa e nos Estados Unidos.
A divulgação de que o PIB (Produto Interno Bruto) caiu no quarto trimestre do ano passado, influenciado pela taxa básica em patamar elevado, deu argumento ao discurso do governo e de parte do mercado de que é necessário uma redução da Selic em breve.
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No comunicado da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), em que a taxa foi mantida em 13,75% ao ano, o colegiado sinalizou que a Selic será mantida nesse patamar até 2024, o que intensificou as críticas à autoridade monetária.
Ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o país “não cresceu nada” no final de 2022. Também cobrou um argumento mais forte do Banco Central para justificar a manutenção da Selic no nível atual.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, atribuiu o desempenho fraco do PIB aos juros altos. A ministra do Planejamento, Simone Tebet, se juntou ao coro, dizendo esperar “um sinal positivo” do BC na próxima reunião, nos dias 21 e 22 de março.
Falas de membros do Fed
Lá fora, os olhares estarão voltados a dois discursos de membros do Federal Reserve com direito a voto na reunião de juros do Fomc (colegiado de política monetária do banco central dos Estados Unidos).
Às 16h30, discursam Lorie Logan, do Fed de Dallas, e da diretora Michelle Bowman, ambas com direito a voto no encontro que definirá a próxima taxa de juros americana – assim como no caso do Copom, a reunião acontece entre os dias 21 e 22 de março.
Ontem, as bolsas americanas comemoraram a fala do presidente do Federal Reserve de Atlanta, Raphael Bostic, em defesa de uma alta de juros mais gradual – comentário que veio em oposição a manifestações recentes de outros membros do banco central americano. Vale ressaltar que Bostic é apenas suplente no Fomc neste ano – ou seja, só tem direito a voto na ausência de outro membro votante do comitê.
Nesta sexta-feira, às 11h45, a IHS Markit publica o PMI (índice de gerente de compras) de serviços dos Estados Unidos para fevereiro, dado que também pode ajudar a calibrar as apostas para os próximos movimentos do BC americano.
Por volta das 8h30, os índices futuros americanos operavam em alta. O contrato futuro do S&P 500 subia 0,31%, enquanto o do Dow Jones tinha alta de 0,21% e o Nasdaq avançava 0,38%.