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Preço do petróleo sobe por conflito na Ucrânia, mesmo sem embargo ao barril russo

Possibilidade de acordo entre EUA e Irã pode pesar sobre os preços do petróleo nos próximos dias

Foto: Pixabay

Os preços do petróleo fecharam em alta nesta segunda-feira, após os últimos desdobramentos da guerra entre Rússia e Ucrânia sugerirem que o conflito pode durar mais do que o mercado esperava. Investidores porém, estão monitorando fatores que possam limitar o avanço dos preços daqui para frente – entre eles um potencial acordo entre Estados Unidos e Irã que poderia fazer o petróleo iraniano voltar ao mercado global. Hoje, as exportações do país são alvo de um embargo internacional.

O preço do petróleo tipo Brent – que serve como referência internacional para a commodity – subiu 4,1% no mercado futuro, para US$ 97,97 o barril, levando em consideração o contrato mais negociado.

Na segunda-feira passada (21), a Rússia reconheceu duas regiões separatistas da Ucrânia como estados independentes e começou a enviar tropas ao país vizinho. As forças da Rússia estão cada vez mais perto de Kiev, a capital da Ucrânia, e segundo notícias divulgadas por agências internacionais e veículos de imprensa do exterior, enfrentam forte resistência do exército ucraniano, que por sua vez tem recebido cada vez mais ajuda internacional na forma de dinheiro e armamentos – fator que pode prolongar o conflito militar.

Além disso, Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido intensificaram as sanções econômicas à Rússia para impedir transações de boa parte do sistema bancário russo com o exterior e para limitar a capacidade do banco central da Rússia de usar os mais de US$ 600 bilhões em reservas internacionais para defender a moeda local, o rublo.

A Rússia sentiu a pressão e, para se defender das sanções, mais que dobrou a taxa básica de juros do país – que aumentou de 9,50% para 20% ao ano -, além de anunciar controles de capital para evitar a fuga de moeda estrangeira. Também adotou medidas para lidar com uma corrida aos bancos que deixou o sistema bancário do país com “déficit de liquidez” – ou seja, incapaz de honrar o compromisso de devolver depósitos aos correntistas

A corretora e consultoria de commodities Zaner acredita que a alta nos preços do petróleo reflete principalmente a expectativa de que eventualmente haverá uma interrupção no fornecimento de petróleo da Rússia ao mercado mundial – seja por causa de embargos internacionais ao produto ou como resposta do presidente russo, Vladimir Putin, às sanções econômicas aplicadas ao país.

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Os anúncios de grandes empresas petrolíferas – Shell e BP – de que deixarão de atuar em operações na Rússia também contribuiu para o avanço dos preços do petróleo.

“No fim, o caminho de menos resistência é para cima, mas o potencial de um giro de 180 graus no sentimento é muito alto”, disse a Zaner em relatório aos clientes. Os motivos para isso são o fato de ainda não terem sido anunciadas sanções diretas contra o petróleo russo, o aumento no volume de petróleo disponível em navios-tanque e a chance de um acordo entre EUA e Irã com potencial efeito sobre a oferta da commodity.

Autoridades de ambos os países disseram recentemente que há grandes chances de um acordo ser fechado para limitar a capacidade do Irã de obter uma arma nuclear e para destravar a venda do petróleo iraniano a outros países, mas que ainda há obstáculos a serem vencidos. Um eventual acordo pode ser anunciado nesta semana.

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