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Petróleo ainda pode ficar mais caro, apesar de estar perto de barreira histórica

Guerra na Ucrânia faz preços se aproximarem de faixa dos US$ 110, o que no passado já representou nível de resistência a altas maiores

Foto: Shutterstock

O aumento nos preços do petróleo para mais de US$ 105 o barril após a Rússia começar uma guerra com a Ucrânia assustou os investidores e fez ressurgir as preocupações com a inflação e a possibilidade de taxas de juros mais altas em todo o mundo, com efeitos negativos sobre a economia.

Especialistas apontam que o preço da commodity ainda tem espaço para subir, embora esteja perto de um ponto de resistência.

“As forças internas dos fundamentos do mercado de petróleo tem pouca importância hoje”, afirmou a corretora Zaner em relatório, acrescentando que o mais provável é que os movimentos de preço da commodity sejam exagerados pelo menos até amanhã.

A alta nos preços está relacionada à expectativa de que Estados Unidos e Europa adotarão medidas para bloquear as vendas de petróleo e gás da Rússia, segundo a Zaner. O país é um grande exportador destes produtos – em particular para a Europa. Um embargo poderia significar menos petróleo circulando no mercado, e consequentemente preços maiores.

Apesar disso, há um teto – ainda que temporário – para o valor do barril, segundo a TAC Energy, empresa que atua na venda de combustíveis no atacado nos Estados Unidos.

“Os gráficos mostram uma forte faixa de resistência para os preços do petróleo perto dos US$ 110 o barril, que impediu ralis em 2011, 2012 e 2013”, disse a empresa em relatório. Ela acrescenta que no mercado de gás natural a situação deve ser mais crítica.

“Embora o aumento de 7% a 8% nos preços do petróleo e refinados no mercado futuro seja obviamente algo importante, ele nem se compara à alta nos preços do gás natural nos mercados europeus, que chegou a 30%. A Europa recebe cerca de 40% de seu gás natural da Rússia.”

Petróleo ainda pode subir mais

O Goldman Sachs apontou que a possibilidade de sanções econômicas à Rússia aumentou o risco de um choque de oferta de petróleo e gás natural, e que isso pode aumentar os preços destes produtos e de outros itens da pauta de exportação russa – como trigo e milho.

Se isso levar o mercado mundial de petróleo a antecipar um momento de equilíbrio entre oferta e demanda para meados deste ano, o preço do barril de petróleo pode chegar a US$ 125, segundo o banco.

O mercado já está se preparando para potenciais embargos à Rússia e que isso está visível nos preços, de acordo com o Goldman Sachs: o preço barril de Ural, o petróleo russo, operava com desconto de US$ 8 em relação ao valor do Brent, que serve como referência internacional.

China, Irã e Opep

Embargos à Rússia podem, inclusive, alterar todo o cenário desenhado pelos especialistas para o mercado de petróleo. Primeiro porque, se os russos forem impedidos de vender a commodity para países do Ocidente, a China ficará feliz em comprar – o que, na prática, evita que as sanções tenham o efeito desejado e pode prolongar o conflito na Ucrânia.

“Mesmo que as exportações de energia da Rússia possam ser embargadas por uma grande parte do mundo, duvidamos que países sem produção doméstica significativa de petróleo interromperão as importações. Na verdade, mesmo se houver embargos amplos e agressivos, provavelmente eles serão contornados com a Rússia exportando combustíveis à China”, diz a Zaner.

O Goldman Sachs ressaltou que a perspectiva de preços altos de petróleo diminui a possibilidade de o Irã fechar um acordo para encerrar o embargo internacional às suas exportações.

Além disso, a ausência de problemas no fornecimento de petróleo e o fato de a Rússia ser um país aliado da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) provavelmente evitarão que o grupo anuncie um ritmo mais acelerado de retomada na produção da commodity na próxima quarta-feira (2).

“Como resultado, com o mercado de petróleo já aquecido – e provavelmente ficando ainda mais do que esperávamos -, nós elevaríamos nossa previsão para os preços do petróleo nos próximos três meses para US$ 125 o barril se um acordo com o Irã fracassar e se a sombra das sanções persistir”, disse o Goldman Sachs.

 

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