A Gafisa (GFSA3) anunciou, após o fechamento do pregão da última quinta-feira (29), a venda de sua fatia de 80% no Fasano Itaim, o que inclui a operação do hotel e o restaurante da marca.
De acordo com a Gafisa, a participação será vendida pelo valor de firma de R$ 330 milhões, incluindo as obrigações já assinadas.
O empreendimento foi desenvolvido pela Even (EVEN3) e comprado em 2021 pela Gafisa, pelo valor de R$ 310 milhões, após aprovação do Cade.
Esse será o 11º hotel da rede Fasano, marca operada pela JHSF (JHSF3). A previsão é de que o empreendimento seja lançado em abril de 2023. Assim como nas demais unidades, os imóveis propriamente ditos são de terceiros.
No fato relevante, a Gafisa não revelou o comprador. Rumores do mercado giravam em torno do nome de Nelson Tanure, através de seus fundos de investimento. O empresário, que é acionista de referência da Gafisa, nega.
O que achamos
A venda do empreendimento é positiva para a Gafisa, que segue com sua reestruturação de ativos de alto padrão.
O valor a ser recebido pela companhia na venda do Fasano Itaim é próximo a todo o valor de mercado da empresa, que atualmente está em R$ 375 milhões. O montante ajudará a companhia a equilibrar as contas, já que a alavancagem financeira está na ordem de 11 vezes o Ebitda dos últimos 12 meses.
As ações da Gafisa seguem depreciadas há anos. Desde o início de 2018, os papéis da companhia caíram mais de 90%. A empresa negocia a 20% do valor de seu valor patrimonial.
No último pregão de 2022, no dia 29 de dezembro, os papéis da empresa subiram 20%, após terem disparado 27% na sessão anterior.
Rumores do mercado apontam para um short squeeze, já que os investidores da companhia estão recomprando as ações no mercado à vista para poderem votar no aumento de capital que está em curso. A empresa prevê levantar R$ 150 milhões com uma subscrição privada de ações.
Como as ações da Gafisa devem reagir
Após o forte movimento de alta nos últimos pregões, as ações da Gafisa podem continuar em tendência positiva em razão da venda anunciada, o que pode dar novo fôlego e capital para acelerar a reestruturação, junto ao aumento de capital.