A Americanas (AMER3) anunciou, na última quarta-feira (25), que entrou com um pedido de extensão de sua recuperação judicial nos Estados Unidos, onde contraiu dívida corporativa em 2020.
A varejista utilizou uma regra, chamada de Chapter 15, que permite que empresas estrangeiras tenham seus pedidos de recuperação judicial reconhecidos nos Estados Unidos, estendendo a interrupção do pagamento das dívidas e protegendo seus ativos.
Em 2020, a Americanas levantou US$ 1 bilhão em títulos de dívida, por meio de duas captações.
O pedido da varejista foi realizado na Corte de Falências do Distrito Sul de Nova York, em Manhattan.
A empresa pontuou, entretanto, que o documento não representa um pedido de recuperação judicial efetivamente nos Estados Unidos, se tratando apenas de uma extensão com efeitos de proteção aos ativos, com base no processo de tramita no Brasil.
O que achamos
Segundo o Estadão, na semana passada, os credores da varejista se reuniram para criar um grupo já prevendo a entrada da varejista na Justiça dos Estados Unidos. Esse, portanto, é um desdobramento que já estava sendo esperado.
O valor referente aos títulos de dívida no exterior, que na cotação atual, equivale a cerca de R$ 5,08 bilhões, é aproximadamente 12,3% de toda a dívida que a empresa menciona ter, em sua listagem de credores, divulgada na última terça-feira (24).
Com uma dívida num patamar impagável, a empresa não teve escolha senão procurar suspender os pagamentos a credores de todas as formas. A operação nos Estados Unidos acontece nesse sentido, mas não piora a situação em relação a o que já é conhecido no Brasil de forma material.
Como as ações da Americanas devem reagir
Os papéis da Americanas, que agora negociam pouco abaixo de R$ 1, devem ter uma movimentação neutra em relação ao desdobramento das dívidas americanas. Vale ressaltar, entretanto, que as ações da varejista seguem muito voláteis.