Os índices futuros americanos e bolsas europeias caem com força na manhã desta quarta-feira (22), à espera das declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que 10h30 fala sobre política monetária ao Senado americano.
O depoimento, momento em que o comandante do Fed atualiza os senadores sobre as perspectivas para a atividade, inflação e juros, acontece uma semana após o Fomc, o comitê de política monetária americana, elevar a taxa básica dos EUA em 0,75 ponto.
A alta foi maior da que vinha sendo esperada pelo mercado, acelerando o ritmo do aperto dos juros, e levou o mercado a passar a precificar uma recessão da maior economia do mundo.
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É por isso que as falas de Powell serão acompanhadas com muita atenção. Uma indicação de que o Fomc pode desacelerar o passo em algum momento das próximas reuniões pode trazer alívio aos mercados, e o contrário pode aumentar ainda mais o pessimismo.
Os índices futuros americanos operam no vermelho nesta manhã. Por volta das 8h55, o Dow Jones caía 1,16%, o S&P 500 recuava 1,36% e o Nasdaq estava em queda de 1,45%.
No mesmo horário, o Euro Stoxx 50 perdia 1,61%.
Auxílios estão em discussão
Os investidores ainda acompanham os próximos capítulos das tentativas do governo de atenuar o impacto dos aumentos dos combustíveis sobre a população.
De acordo com reportagens do Estadão e da Folha de S. Paulo, o governo estuda incluir na PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que institui o ressarcimento dos estados que zerarem o ICMS um auxílio de R$ 400 aos caminhoneiros, além de aumentar o valor do vale-gás para famílias carentes.
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As medidas podem furar novamente o teto de gastos, mecanismo que limita o aumento de despesas à inflação e que é a âncora fiscal do país.
O mercado estará de olho no custo fiscal dessas propostas, e também na possibilidade de o governo alterar a Lei das Estatais de forma a forçar a Petrobras a segurar os reajustes. A inflação, e em especial o aumento nos preços da gasolina e do diesel, é considerada pelo governo a principal pedra no sapato