Logo-Agência-TradeMap
Logo-Agência-TradeMap

Categorias:

PIB teria que cair 4% em 2023 para inflação ir para centro da meta, diz SPX

Gestora zera alocação em commodities e mantém posições vendidas em tecnologia e índice de ações da Bolsa

Foto: Shutterstock

Inflação no centro da meta de 3,25% em 2023? Para isso acontecer, seria necessário contratar uma recessão na economia brasileira, com queda de 4% do PIB (Produto Interno Bruto) do ano que vem, aponta a SPX Capital, uma das maiores gestoras independentes de recursos do Brasil, com R$ 55 bilhões sob gestão em maio.

Nesse cenário, se o Banco Central conseguir terminar o ano que vem com a inflação dentro do intervalo de tolerância, que varia entre 1,75% a 4,75%, já seria uma grande vitória. “Prender-se a modelos teóricos e projeções incertas para exigir uma convergência mais abrupta é falta de bom senso”, apontou a gestora na carta de maio.

A SPX, que tem como sócio Rogério Xavier, um dos mais reconhecidos gestores do mercado brasileiro, espera que o BC eleve a taxa Selic para 13,25% na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), no dia 15 de junho. Esse já é, segundo a gestora, um terreno “extremamente contracionista”.

Nesse cenário, a SPX lembra que o endividamento das famílias aumentou, elevando a potência da política monetária, que atuará com defasagem de alguns trimestres. A gestora aponta ainda que, se o BC exagerar na dose, terá que cortar drasticamente os juros para não errar para baixo na meta de inflação de 2024, que é de 3%.

Leia mais:
IPCA-15: inflação desacelera para 0,59% em maio, acima do esperado

“Em política monetária, os extremos não costumam ser bons, e o papel dos bancos centrais deve ser suavizar os ciclos, e não adicionar volatilidade. Vemos um Brasil que caminha para o antigo equilíbrio dos juros altos, câmbio apreciado e baixo crescimento crônico”, destacou a gestora na carta.

O risco de exagerar na dose no aperto da taxa de juros não é só para o Brasil, mas também no mundo. Nesse contexto, a gestora mantém a aposta na alta das taxas no mercado externo, com maior foco em alguns países emergentes. No Brasil, a SPX mantém a posição comprada (apostando na alta) em juros reais (descontado a inflação), com foco nas taxas com vencimento intermediário.

SPX zera posição em commodities

Em um cenário com risco para o crescimento econômico, com os bancos centrais elevando as taxas de juros para combater a inflação alta, a gestora decidiu zerar as posições em commodities.

Em abril, a SPX já tinha zerado a posição em commodities metálicas, metais preciosos e energia, mas tinha mantido as alocações compradas em grãos e crédito carbono, que foram encerradas em maio.

No mercado de ações, a gestora mantém as posições vendidas (apostando na queda) em setores cíclicos nas bolsas americanas e em índices das bolsas europeias e está com posição comprada (apostando na alta) em ações na China para aproveitar a reabertura da economia.

No Brasil, a gestora aumentou a posição vendida em ações do setor de tecnologia e no índice de ações da Bolsa local e manteve as posições compradas nos setores de consumo e transporte. A gestora também manteve as alocações em dólar contra uma cesta de moedas.

Saiba mais: 
Risco fiscal e dados de emprego pressionam e Ibovespa fecha em baixa de 0,83%

Em crédito privado, a gestora tem preferido papéis de dívida de empresas do setor de óleo e gás na América Latina, mas com proteção contra o movimento de alta de juros nos mercados desenvolvidos.

Para a SPX, a alta dos preços dos combustíveis, agravada pela guerra na Ucrânia, tem levado os países a adotarem medidas fiscais para atenuar o impacto na inflação, que vão desde corte de impostos a transferências diretas para grupos mais vulneráveis.

Mas no Brasil, diferentemente do passado, a gestora afirma que o país tem praticado uma política econômica marcada por extrema ortodoxia, seguindo a paridade de preços do mercado internacional.

“No campo fiscal, as travas de gastos funcionam e, apesar das motivações eleitorais, não se vê excessos”, diz a gestora, destacando que o país deve encerrar 2022 com superávit primário.

O fundo multimercado Nimitz, carro-chefe da casa, encerrou maio com ganho de 1,38%, contra 1,03% do CDI, e acumula retorno de 18,77% no ano.

⇨ Acompanhe as notícias de mais de 30 sites jornalísticos de graça! Inscreva-se no TradeMap!

Compartilhe:

Leia também:

Mais lidas da semana

Uma newsletter quinzenal e gratuita que te atualiza em 5 minutos sobre as principais notícias do mercado financeiro.